segunda-feira, 5 de maio de 2014

Réplicas: Os "Dos" e os "Don'ts"

Recentemente, entrei numa lista de discussão sobre carros esportivos, mais apropriadamente, na parte que fala de réplicas, e cheguei a me interessar por uma. Então, olhei os sites de kitcars e réplicas e notei que algumas dessas oficinas preferem fazer a coisa do jeito fácil, em vez de fazer a coisa do jeito certo.

O que é uma réplica? Para mim, é um carro idêntico a um outro carro que é muito mais caro, mas que pode passar uma impressão semelhante a guiar esse carro muito mais caro. E, para isso, ele precisa seguir algumas diretrizes.

A burrada mais clássica na hora de se fabricar uma réplica é usar um "donor", ou seja, um carro que terá tirada toda sua carroceria, ficando só o chassi e a mecânica. Por que é uma burrada clássica? Porque é muito fácil e, por isso, muito frequente. Por exemplo, pega-se um Pontiac Fiero nos EUA (Aqui, seria mais ou menos um Farus) e tira toda a carroceria, pra colocar uma carroceria, na maioria das vezes, de uma Ferrari (Até o F355, porque o F360 já é mais largo).
Às vezes, e essa burrada eu fico de cara no chão, o veículo "donor" é um veículo de tração dianteira, como um Peugeot 408, que é o mais usado para fazerem-se réplicas burras de Ferrari F360. Quem compra uma réplica de Ferrari feita de um Peugeot ou carro parecido, só quer aparecer, não quer ter a mesma sensação de dirigir um carro que finge estar dirigindo. Porque, não passa pela cabeça, de que o conjunto motor/transmissão devia ficar na traseira, e monta a réplica com a mecânica na dianteira! Já pensou se um desafiante pede um drift? Queria ver alguém fazendo drift com carro de tração dianteira...
E os Porsche com motor de Fusca? Quando é 356, ou vá lá, 550, eu fico quieto. O problema é quando a réplica é de Porsche 911... Não adianta nada a motorização ser parecida, se a potência oferecida é incompatível com o modelo replicado. Isso quando não aproveitam o chassi também.
Carro "donor" é burrada porque limita a réplica às medidas do carro doador, o que às vezes pode acabar entregando a verdadeira origem e fazendo do "orgulhoso motorista", motivo de chacota. Fuja do "donor"! Uma réplica inteligente tem chassi próprio!  

Outra burrada, que geralmente acompanha a do carro doador, é o posicionamento errado da mecânica. Vamos e venhamos, réplica de Ferrari 360 com mecânica na dianteira é pra cair o xibiu da bunda! Sem falar das inúmeras réplicas de carros que, originalmente têm motor central, e a disposição do motor da réplica fica na traseira, como no Fusca. Isso, se o motor também não for de Fusca. Isso era muito comum na década de 70 e 80, quando as importações eram proibidas; felizmente, pelo menos no Brasil, agora, as réplicas baseadas no conjunto mecânico do Fusca são apenas as de modelos Porsche antigos (356, 550). Uma réplica inteligente possui a mecânica posicionada no mesmo lugar que o carro original! 

Às vezes, restrições orçamentárias podem impedir uma reprodução mais fiel de uma réplica, dado o custo do motor às vezes ser maior do que o possível para um bom preço. Pode acontecer, então, de se usar um motor de lay-out diferente do do carro original. Mas há limites. Usar um V6 no lugar de um V8, é economicamente perdoável; Usar um AP, não. O construtor da réplica DEVE saber de preferência quase tudo sobre o carro que será replicado, se possível, até a medida das rodas e pneus. Se o cara não sabe que o Shelby Cobra usa motores V8 Ford e taca um seis-canecos de Opala na réplica, isso é uma burrada.
Por exemplo, motores V12 (Pra réplicas de Lamborghini Diablo, por exemplo) são muito difíceis de se conseguir, mesmo para fabricantes de réplicas, a menos que já tenham os contatos de fora que vendam por um preço camarada. Daí, vale usar um V8 (Desde que não seja americano!), mas um V6 já é vacilo, e um quatro-em-linha é mais vacilo ainda! Uma réplica inteligente deve ter o motor o mais parecido possível com o motor do carro original!

A menos que a réplica em questão não seja de um carro esportivo (Como a do Jaguar XK 120), se ela não possui um desempenho compatível com o do carro que está replicando, é mais uma réplica burra, que só serve pra "aparecer". Uma réplica de Porsche 911 com motor de Fusca é risível. Um fabricante de réplicas deve ter como aferir a potência do motor a ser usado na réplica, e essa potência, se não idêntica, deve pelo menos "convencer". O "ronco" deve ser parecido, também, e pra isso, vale desenhar o próprio escapamento ou, se possível, comprar o escapamento do carro original (Claro, se o lay-out dos motores for idêntico). Se você quer "impressionar" com a tua réplica, ela deve passar dos 200 por hora, ou você fará a alegria da gurizada de Gol Turbo que depois vai postar no Facebook: "Hj fiz uma Ferrari comer poeira, kkkkk". Uma réplica inteligente deve possuir um desempenho convincente!

E, last but not least, uma réplica inteligente deve ter qualidade! Já pensou o mico que será se o teu "Porsche 911" não conseguir fechar a porta direito? Procure por outros clientes da oficina, veja o grau de satisfação deles, confira de perto o trabalho na oficina (Mas sem pentelhar, hein?).
Uma oficina respeitável tem a lista dos clientes com nomes, endereços e telefones. Converse com eles, pegue a opinião deles sobre os produtos da oficina. Se houver muita reclamação, ou se alguns já tiverem passado suas réplicas adiante por conta de problemas mecânicos ou algo assim, procure outro lugar.

3 comentários:

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  2. E daí usar um carro doador ? Vc só usou exemplos fracos, e se eu usar um Audi ou BMW ? Sem falar que ainda dá pra mexer e colocar motor mais potente....

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    1. Quando eu disse "carro doador", eu me referi a aproveitar ao máximo as peças do carro doador, o que pode criar uma réplica com as proporções erradas. Mecânicas de Audi, Mercedes ou BMW, ainda mais se forem de V8 pra cima, são muito bem vindas para se fazer a réplica de um esportivo.
      Mas com um chassi próprio.

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