segunda-feira, 18 de junho de 2018

Dois-Tempos ainda rugem... (3)

No Sudeste Asiático, região que corresponde aos países como Malásia, Indonésia, Filipinas, Tailândia, Vietnã, Camboja, Laos e correlatos que me falham à memória, a cultura dos dois-tempos ainda é forte. Tanto é que lá, as motos de quatro-tempos são restritas às maiores cilindradas. Enquanto aqui, pessoal mais jovem quer uma Ninja 300, lá, eles sonham com a Ninja 150RR, que acomoda 28 cv de potência, algo mais que a "nossa" Ninjinha quatro-tempos.

E não apenas motos leves esportivas, mas também as cubs e as motos fora-de-estrada são quase todas dois-tempos. As "quatro grandes" japonesas têm seus modelos dois-tempos produzidos no Sudeste Asiático, já com injeção eletrônica e catalisador, o que diminui um pouco da fumaça (E da potência).

Mas, como as motos são mais importantes para a locomoção que os carros, o esporte a motor de maior expressividade acaba sendo as competições de baixa cilindrada. Um evento chamado UMA Racing monta pistas improvisadas em estacionamentos ou parques asfaltados e o que não falta são corredores, na maioria das vezes, que nem têm idade pra dirigir uma dessas nas ruas.

Confira um vídeo:

Duas Superbikes, contra duas Supermotards, contra uma moto de Speedway. No Japão.

Quem você acha que ganha?

sábado, 16 de junho de 2018

A pista de testes da Mercedes

Tem nome para isso?

sexta-feira, 15 de junho de 2018

Dois-Tempos ainda rugem... (2)

E, como sempre, desligadão do mundo das competições, descubro que existe corridas de motovelocidade clássica, com ênfase nas categorias 250 e 350, para motos feitas de 1974 a 1990.

É a ICGP, International Classic Grand Prix que, ao contrário dos campeonatos de Fórmula 1 clássicos e da BOSS GP, têm sempre uma paradinha no Brasil (E uma bela participação de brasileiros, muitos deles já veteranos, outros, novatos que pilotam um foguetinho desses pela primeira vez).

A parada começou em 1999, sendo oficializada em 2003, e a primeira etapa brasileira, em 2016, foi em Goiânia (Onde ocorriam as provas de motovelocidade no Brasil), em 2017 não teve prova no Brasil, mas em 2018 já foi anunciado que a etapa brasileira será no "templo" da velocidade brasileira, Interlagos.


O fundador do evento foi um francês, Eric Saul, que tem um vice-campeonato de motovelocidade.

(Informações abaixo do site ICGP Brasil)

O ICGP é um campeonato internacional de motos de Grand Prix das categorias 250 e 350 cm³ fabricadas entre janeiro de 1974 e dezembro de 1984. Sua primeira prova foi realizada em 1999 no circuito de Paul Ricard, na França. O criador do campeonato é o francês Eric Saul, vencedor de dois GPs das categorias 250 e 350 em 1981 e 1982 e também participante do ICGP.

Cerca de 40 motos alinham em cada corrida, havendo classificação e pontuação em separado para quatro categorias (350 cm³, 250 cm³, YC 250 e Master). As Yamaha TZ predominam, mas têm forte concorrência das Kawasaki KR, Chevallier, Rotax, Bimota, Exactweld, Egli, Harris e Spondon.

Entre os pilotos mais conhecidos do ICGP estão o próprio Eric Saul (vencedor de dois GPs do Mundial de Motovelocidade nas categorias 250 cm³ e 350 cm³, em 1981 e 1982); o francês Guy Bertin, vice-campeão mundial da categoria 125 cm³ em 1980 e vencedor das 24 Horas de Bol d’Or (1983) e Le Mans (1985); e o escocês Ian Simpson (três vezes vencedor do Tourist Trophy na Ilha de Man). Os campeões do ICGP em 2015 foram George Hogton-Rusling (Yamaha TZ, categoria 350 cm³), Colin Sleigh (Yamaha TZ, categoria 250 cm³) e Guy Bertin (Kawasaki KR, categoria Master).

OK, as 500 devem ser muito caras de se adicionar, mas acho que se adicionasse as 125, ficaria ainda mais massa.

domingo, 10 de junho de 2018

Dois-Tempos ainda rugem...

Para quem acha que os motores dois-tempos estão restritos a mobiletes, bicicletas motorizadas e karts, tenho uma velha novidade. Flávio Gomes já está ciente disso desde o ano passado.

Nos EUA, há uma equipe de protótipos dos grupos C e D da SCCA, que possui três carros, todos equipados com motores especiais de dois-tempos, seis cilindros boxer, da marca canadense Kohler.
 A equipe Wynnfurst não faz feio, e o protótipo mais novo, o P1, que é da década de 2000 (Os outros dois da equipe são Lolas da dácada de 70), desenvolve 280 cv a 10500 rpm em um motor de um litro e meio. Praticamente, um motor de moto. E olha, não fazem feio.

O motor é bem simplão, praticamente um protótipo que estava sendo desenvolvido para drones do Exército Americano. Jeff Miller, em visita à fábrica, notou o potencial de tais motores, e perguntou se poderia usá-los em carros de corrida. Desafio aceito, foi a vez de chamar Carl Haas para adaptar os carrinhos ao novo motor.

Mas, como explicar, se imagens explicam melhor que palavras? Seguem fotos!

 O motor boxer, seis cilindros e dois tempos. Parece até um Lego!

 1500cc, 280cv, 10500rpm.

 As duas Lolas dos anos 70.

O P1, o modelo mais recente.

E eles também têm um canal no Youtube: 

sexta-feira, 8 de junho de 2018

A "Escola Brasileira" dos esportivos

Todo país que se preze no mundo automotivo tem sua receita para um carro de desempenho considerável, e se uma receita dá certo, ela acaba sendo, conscientemente ou não, copiada, o que acaba gerando uma "escola" nacional, ou seja, uma receita que caracteriza não só o esportivo, mas também seu país.

A escola Americana é a dos carros grandes, com motor grande, torcudos e que bebem pra caramba. A característica fundamental para um carro da escola americana é um V-oitão bem grande, e um chassis bem grande pra aguentar esse torque todo.

A escola Europeia é a dos carros pequenos, mas com quilos de turbo em seus motorzinhos, e se tiver tração integral, melhor ainda. Dentro da Europa, há a escola Italiana, que é motor central, carro socado no chão (Nas ruas da Europa não chega a ser um problema) e motor em V não muito grande, mas muito girador. Há também a escola Inglesa, que é o carro ser o mais leve possível, para um motor mediano puxar menos quilos de carro e render mais. A escola Alemã é parecida com a escola Americana, mas com um pouco de cilindrada a menos, e um tanto de tecnologia a mais, e um design bem sóbrio.

A escola Japonesa é a escola do JDM: Motor com quilos de turbo, como na escola europeia, mas com apêndices aerodinâmicos que deixam o carro grudado no chão, como na escola Italiana. E, lógico, muito drift.

Qual seria então, a escola Brasileira? Tendo muita influência europeia, o conceito de esportivo no Brasil é carro com motor central. Mas, ao contrário da escola Italiana, o carro é pequeno, como nas escolas Europeia e Japonesa, e confia em motor pequeno, que é mais barato e fácil de adquirir (Não se produzem mais V8's no Brasil...), mas preparado até o talo, de preferência com turbo.

Um carro esportivo, você já sabe que é americano, italiano, japonês, só de olhar. Como se identifica um carro esportivo tipicamente brasileiro?
-Ele tem motor central e dois lugares
-O motor é quase sempre um 4 cilindros em linha turbo, com cilindrada aumentada.
-Ao contrário da escola Italiana, o motor fica apartado da cabine, e fica sob uma tampa reta, mascarada por colunas falsas que seguem até a parte traseira. Sem essas colunas falsas, o carro fica parecendo uma picape pequena.

Seguem fotos do que seriam exemplos de uma "escola Brasileira" de carros esportivos.


 Bianco Tarpan, motor do Passat TS. Semelhança com o Bianco S, que era feito sobre o chassi do Fusca. Década de 80
 Dankar Squalo, também com motor Passat TS. Também década de 80
Corona Dardo, fins da década de 70. Motor Fiat 147 1.3, réplica do Fiat X1/9, era vendido nas concessionárias Fiat.

O Dardo todo aberto.

Farus Beta, década de 80, motor Chevrolet do Monza.
A versão conversível do Farus Beta.

Farus ML 929, primeiro modelo da marca, motor Fiat 147. Também, década de 80.
Short SRT, versão de corrida do Short GT, década de 2000.
 
Short GT. Motor Volkswagen AP, turbo
 
As linhas retas lembram um "mini-Lamborghini"

Edra GT, década de 2000 (Ainda pode-se pedir encomenda)

Motor VW AP 2.0, mas aceita outras motorizações.

Um exemplar em restauração vai receber motor V6 da Ford.

A Edra também fabrica outros produtos, como um utilitário elétrico.

Lobini H1, década de 2000/2010. Motor Audi 1.8 turbo.

Muito sofisticado e muito caro. Merecia um motor mais fotrtinho...
A capota é removível e pode ser presa na tampa do motor.

San Vito S1, década de 2000/2010  

Não é tão sofisticado quanto o Lobini, mas ainda está em fase de protótipo.
O motor é o Volkswagen 1.8.


Uma pena que estes carros não receberam a devida atenção dos entusiastas de carros. Quem sabe, o novo Puma, que está sendo desenvolvido, não mude esse paradigma?...

Fiel à escola Brasileira de design esportivo, lógico!

Outro Bianco "Enfurecido"

E navegando pelo Youtube, dou de cara com outro Bianco que recebeu uma mecânica "de gente", dessa vez, um V8 4.0 (Não especifica a marca, mas pelo visto, deve ser Audi).
O carro parece que não tem tido muito investimento na suspensão, pois o dono diz que é muito instável, gerando até uma brincadeira:
--Quanto vai de 0 a 100?
--De 0 a 100 eu não sei, mas de 0 até se mijar nas calças é bem pouco tempo!

 O vídeo para apreciação da beleza.