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terça-feira, 1 de fevereiro de 2022

Um Bianco Enfurecido de respeito - E do Rio Grande do Sul!

 A EngMotors - Veja o Facebook da empresa aqui - É uma empresa de desenvolvimento de veículos especiais com sede no Rio Grande do Sul, tocada pelo engenheiro Marcelo Camargo, e seu projeto de maior destaque é um Bianco S com poder de Fúria.

O carro possui motor Audi V8, suspensão especial, freios a disco nas quatro rodas e está carregado de eletrônica (Com direito a painel 100% digital).

Um segundo Bianco Enfurecido, com motor VW AP, está em processo de conclusão, com um design levemente diferente do Bianco Enfurecido com motor Audi.

Não é sabido se o(s) carro(s) está(ão) à venda, mas maiores detalhes podem ser conferidos no link da empresa postado mais acima.

Agora, a melhor parte: IBAGENS!


















segunda-feira, 13 de setembro de 2021

Short SRT - Ainda uma boa ideia, em especial para "club tracks".

O Short SRT faz jus ao nome. Sua trajetória é semelhante à do Aldee GT.

Um carrinho esperto, com motorização conhecida por todo mecânico - O bom e velho Volks AP - e cuja relação peso-potência lembra bastante os carros peso-pena tipo Lotus Seven. O kit ainda está à venda, pois a Short Motorsport fabrica vários produtos e presta serviços relacionados ao esporte a motor, portanto o carrinho pode ser encomendado sem problemas.

Começou como uma opção barata de fora-de-série, com motor VW a ar, que depois foi trocado por um AP. A versão de corrida usa um AP 1.8 turbo. Foi cogitado, lá em 2010 de se fazer uma categoria monomarca lá no Mega Space, mas parece que não foi muito pra frente.

A plataforma também está sendo usada para uma versão elétrica, chamada "Short E", que promete ser um veículo elétrico de alto desempenho. Nas palavras da companhia: 

Levantamentos inicias para desenvolvimento de veiculo elétrico, classificação de ZERO EMISSÕES.

O projeto incorpora uma pesquisa AER, Aerodynamic energy recovery, onde se propõem recuperação de energia transformada a partir da energia potencial e efetiva incorporada do fluxo aerodinâmico.

A proposta é um veiculo de alto desempenho que utilizaria dois motores diretamente acoplados individualmente em cada roda motriz traseira.

O “cavalo” para este desenvolvimento seria baseado, para queimar etapas, no nosso SHORT SRT de competição com sensíveis modificações em seu lay-out para as novas características.

Mas, com ou sem versão elétrica, o carrinho é promissor, em especial para auto-clubes, ligas independentes e circuitos pouco utilizados. Pode-se dizer que é o GT mais barato do mundo. Por começar como carro de rua e terminar como veículo de corrida, sua trajetória se assemelha ao Aldee GT, que como carro de rua foi um fracasso, mas como carro de pista, deu canseira em muito modelo importado. E o Short parece ser ainda mais leve que o Aldee.

Mais detalhes sobre o carro, e sobre outros produtos e serviços da empresa, podem ser conferidos no site:
Short Motorsport

terça-feira, 25 de fevereiro de 2020

Limonada (Ou: Transformando crise em oportunidade)

Acho que pessoal ainda se lembra de uma treta que deu, de uns advogados representando as marcas premium Ferrari e Lamborghini processando os fabricantes de réplicas, acusando-os de vender "carros falsificados". A PF entrou com tudo, vários veículos foram apreendidos, e o sonho de se obter uma réplica de carro esportivo ficou bem mais distante para os que poderiam pagar.
A mídia esculachou os fabricantes das réplicas, chamando-os de falsificadores, como se os compradores não soubessem que estavam comprando réplicas. Teve dono de oficina que desistiu do negócio. outros seguem como se não fossem com eles.
Mas alguns resolveram resgatar o espírito dos Anos 80, da áurea época dos Fora de Série, e resolveram entrar com projetos de fabricar carros com marca e desenho próprios.
Mas não quaisquer carros... Mas sim, superesportivos!
Dois ex-fabricantes de réplicas, até onde eu sei, resolveram fazer dos limões uma limonada, ou seja, em vez de réplicas de Ferrari e Lamborgjini com motores Audi, Mercedes ou BMW, estão apostando em carros de desenho próprio com esses mesmos motores.

Um deles é o André Calegari, da Calegari Design. Ele já tinha feito um modelo Barchetta com motor dianteiro em 2016, mas depois da treta resolveu fabricar outro modelo, o Calegari 2.

O carro quase completo, só faltando o acabamento interno e o parabrisa.

Não só isso, ele tem outro modelo, Calegari 3, que parece um Stock Car. E ainda por cima, André recebeu um exemplar do carro de Denis Rosset, inacabado, e a autorização dele para produzir o DoniRosset, aquele colosso com motor Viper V10 biturbo a etanol com mais de 1000 cv, e que agora se chamará Calegari 4.

Este é o futuro Calegari 4. 

Outro montador que resolveu partir pro design próprio é o Serafim Cley. Ele também, foi bastante prejudicado pela onda de ataques dos "representantes" da Ferrari e da Lamborghini, além da mídia escandalosa. O carro dele, chamado GTY, está em fase inicial de projeto, já tem o design pronto pra tirar o molde, e quem viu o conceito se impressionou.

Tem bastante inspiração na Lamborghini.

Então é capaz de esse carro começar a fazer seu primeirto teste lá pelo meio do ano. O modelo em 3D impressiona.

Se eu achar outros carros sendo fabricados, eu postarei mais adiante.

domingo, 25 de agosto de 2019

Em vez de torrar dinheiro em Deodoro...

Por que não retomar um projeto iniciado e paralisado?
A história (E a sina) deste autódromo é a mesma de outros projetos, como SP Races (Cabreúva-SP), Autódromo de Canelinha (Canelinha-SC), Velomax (Lençõis Paulista-SP), o eternamente prometido Autódromo da Bahia (Salvador-BA), Carlos Cunha (Paulínia-SP), TVR (Joinville-SC), Serra Verde (Belo Horizonte-MG) e tantos outros ao longo da história: Muita promessa, muito alarde, muito oba-oba, e no final, nada de pista.

Este autódromo foi um dos primeiros a ser propostos, logo depois de Interlagos! Ele é anterior, inclusive ao Autódromo Nova Caledônia, que foi a primeira encarnação de Jacarepaguá. Falarei dele em outra oportunidade. O assunto é muito extenso, então eu tratarei de piratear um artigo do Bandeira Quadriculada.

O Automóvel Clube do Brasil foi fundado em 1907 com o objetivo de despertar o interesse pelo automóvel entre os brasileiros, a meta principal do clube era dar orientação aos proprietários dos veículos que chegavam ao Brasil. Existiam cerca de 30 veículos em circulação na cidade, o que já causava um pouco de confusão.
A diretoria do A.C.B. na fundação foi: Eng. Dr. Aarão Leal de Carvalho Reis, presidente, e Dr. Marciano Aguiar Moreira, vice-presidente.

A primeira corrida oficial no Brasil foi o "Circuito de Itapecerica", em São Paulo (SP) no dia 26 de julho de 1908  e a segunda corrida oficial no Brasil foi o "Circuito de São Gonçalo" (RJ), realizado em 19 de setembro de 1909.  A idéia era realizar a corrida no Alto da Boa Vista, mas o prefeito Souza Aguiar proibiu sua realização na cidade, levando o Automóvel Clube do Brasil a transferi-la para o município vizinho.

A imagem é de uma das primeiras provas oficiais no RJ, realizada em 1925 e promovida por ocasião da 1ª Exposição Automobilística do Rio de Janeiro, mas não há referência alguma a que tipo de prova era.

Rio de Janeiro foi palco de diversas provas automobilísticas, em sua maioria provas de Quilômetro de arrancada, Quilômetro lançado e Subidas de Montanha, em 1924 teve uma prova na Gávea (praia de Ipanema, av. Niemeyer e Estrada da Gávea), em 1932 a primeira prova de Subida de Montanha. Provas de circuito eram poucas e raras, até que em 1933 foi realizado o "I Grande Premio Cidade do Rio de Janeiro" na Gávea, mas mesmo assim as Subidas e os Quilômetros eram as mais realizadas por serem mais fáceis de organizar, faltavam locais adequados para as corridas.
Desde 1926 o A.C.B. era filiado e representava a FIA no Brasil, era o mandante exclusivo das competições automobilísticas no país.

Na primeira metade do século XX o Circuito da Gávea foi um evento automobilístico de grande expressão no Brasil e relevância internacional. Este circuito aconteceu de 1933 até 1954, com pequeno intervalo entre os anos de 1942 a 1946 devido a Segunda Guerra. O circuito era de grande importância, toda a cidade via-se envolvida com o acontecimento que chegava a atrair 250 mil espectadores para assistir pilotos em suas máquinas correndo pelas ruas dos bairros da Gávea e do Leblon, na Zona Sul da cidade. (clique e veja filme da corrida de 1934)
Devido a posição de destaque que atingiu no calendário automobilístico a corrida da Gávea manteve o Rio de Janeiro como centro do automobilismo no país por décadas. Nos anos 40 foi construído o Autódromo de Interlagos em São Paulo, que mesmo se constituindo como local adequado para a prática do automobilismo suas corridas não conseguiam fazer sucesso igual ao do Circuito da Gávea.

O esporte, no Rio de Janeiro, não se desenvolvia e a perda de prestígio agravada pelas corridas em locais cada vez mais impróprios mostrava que cada vez se tornava mais difícil realizar provas em ruas devido ao aumento do numero de carros e do tráfego, e com o aumento da população os protestos contra a interdição das vias aumentavam.
Pistas fechadas (autódromo) seriam a solução. Em 1950 começaram a aparecer as primeiras notícias da construção de um autódromo, antigo desejo de piloto e aficionados.

Segundo recortes dos jornais: “A Noite”, “A Manhã” e “Correio da Manhã”, de 1950 e do Rio de Janeiro, haviam planos de construção de um autódromo em Deodoro em 1951.
Segundo eles, o Cel. Sylvio Américo Santa Rosa, que na época era do C.N.D. (Conselho Nacional de Desportos), que corresponde hoje à Secretaria Nacional de Esportes de Alto Rendimento, do Ministério dos Esportes, e vice-presidente do A.C.B., anunciou durante um almoço de confraternização a construção em 1951 de um autódromo no bairro de Deodoro, na cidade do Rio de Janeiro. Para vocês verem como essa história de Deodoro é velha!
Nada aconteceu! Mas passados uns anos o assunto do autódromo voltou a ser cogitado.

1953 - Foi João Ruiz Parkinson, membro do Conselho Deliberativo e presidente da Comissão Desportiva, que com sua formação de contador e experiência como corretor imobiliário, idealizou e organizou a Vila Automóvel Clube em uma área que o A.C.B. comprou ao redor da que o presidente do A.C.B., Gal. Sylvio Américo de Santa Rosa conseguiu por doação de Adriano Mauricio de Almeida, em Adrianópolis, região de Nova Iguaçu, para a construção de um Autódromo, antiga aspiração do clube.

O "GP Cidade do Rio de Janeiro", tradicionalmente realizado na Gávea, enfrentava dificuldades para ser realizado pois os dirigentes do A.C.B. solicitaram ao prefeito Negrão de Lima locais para realização da prova no final do ano que contaria com a presença de pilotos internacionais. A Quinta da Boa Vista e a Praia de Botafogo, foram vetados. A primeira por se tratar de um parque de uso público em vias de restauração, a segunda por ser uma artéria de ligação com grande tráfego que não podia ser fechada ao público. A prova acabou acontecendo em janeiro de 1954 na Gávea mesmo.
Cidades como Rio de Janeiro e São Paulo já eram metrópoles, tornando a realização de corridas de automóveis pelas ruas em um evento perigoso e inadequado às novas necessidades e aspirações da população, além da complexidade de sua organização.
De 1954, última corrida na Gávea, até1966, inauguração do autódromo de Jacarepaguá, as corridas passaram a ocupar diferentes locais da cidade. Distantes dos centros urbanos os: Circuito da Barra da Tijuca, da Ilha do Fundão ou Cidade Universitária e Subida da Estrada de Furnas, passaram a ser os locais escolhidos para as corridas pois impactavam menos a rotina da população. Outras localidades, como a região do estádio do Maracanã e o Aterro da Glória também eram utilizados como locais de corridas.

1954 - O projeto do “Autódromo de Adrianópolis”, publicado em uma revista de outubro de 1954, era um alento para os automobilistas depois do fim do Circuito da Gávea e das precariedades das corridas na região do Maracanã. O plano era construir o Autódromo, um clube de campo para os associados e a Vila Automóvel Clube para ser loteada, vendida e assim financiar as obras do autódromo.

Recebida a doação do terreno começou o trabalho coordenado por João R. Parkinson, que consistia em abrir as ruas do loteamento, providenciar o melhoramento das estradas de acesso e as pistas do autódromo propriamente dito.
Anunciava-se que o autódromo teria nove pistas diferentes, restaurantes, boas arquibancadas e estacionamento, além de um Clube de Campo.
Era a esperança para mudar o rumo do automobilismo carioca.

Em 17 de setembro de 1954 foi lançada a pedra fundamental da Vila Automóvel Clube em uma cerimônia que contou também com a inauguração de um trecho da estrada que ligaria a Rodovia Presidente Dutra com a vila pelo então governador, Alm. Ernani do Amaral Peixoto, na presença de inúmeras autoridades do governo, jornalistas, toda a diretoria do A.C.B. e pilotos. Foi servido um almoço à comitiva.

O entusiasmo era grande com o autódromo, já se cogitava inclusive realizar em dezembro um rallye partindo da sede do A.C.B. até o Autódromo, com direito a churrasco, uma volta na pista e sorteio de um lote na Vila Automóvel Clube.
Dizia-se que pilotos uruguaios estariam interessados em participar. Mas a corrida não se realizou e foi transferida para janeiro

1955 - Nas eleições do A.C.B. o Cel Sylvio Américo de Santa Rosa foi reeleito, e, entre outras mudanças convidou Segadas Viana para substituir João R. Parkinson na presidência do Departamento Esportivo, que assim ficava livre para tocar as obras do autódromo:
“... vamos realizar, assim, o antigo sonho do presidente, cel. Santa Rosa, desde os tempos em que era presidente da Comissão Desportiva. Num terreno avaliado em 50 milhões de cruzeiros que nos foi doado pelo conselheiro Adriano Mauricio de Almeida estamos construindo a Vila Automóvel Clube e o autódromo, sem qualquer subvenção oficial, apenas com recursos provenientes da venda de áreas.” - O Jornal - RJ (23/03/1955)
O rallye foi transferido para janeiro de 1955, e novamente não foi realizado, ficando sem previsão para ser realizado. Ficou só na a intenção.
O ano  passava, os problemas persistiram, e o autódromo não tinha suas obras bem explicadas. Mas para Parkinson ia tudo bem:

A Imprensa sempre se referia às obras com adjetivos elogiosos, talvez seguindo os releases passados pelo Automóvel Clube e não por observações "in-loco". Só que as obras pareciam não avançar. Alguns jornalistas até começaram a questionar e a fazer chacota.

Em meados de 55 foi organizada uma caravana para uma visita "in-loco" para que jornalistas e pilotos pudessem acompanhar o avanço das obras. Até então não se tinha noção da grandeza da obra ali realizada. Partindo de um terreno montanhoso e coberto de matas, para criar-se a Vila Automóvel Clube foi preciso abrir-se as ruas e demarcar-se os lotes, criando assim o loteamento. Depois preparou-se a área do Clube de Campo e o autódromo. A venda dos lotes não revertia toda para as obras do autódromo, parte ia para o proprietário, parte para o Automóvel Clube e parte para as obras do autódromo.
"A caravana petropolitana ficou entusiasmada com o que já está feito e nós conseguimos verificar que uma pequena cidade se ergue em torno do Autódromo, graças, em grande parte, ao governador Miguel Couto Filho, que isentou de impostos, durante o período de dez anos, as industrias que se instalarem no local. Resultado: as áreas a elas destinadas já estão todas tomadas.
Trabalha-se sem cessar e o Autódromo vai surgindo aos poucos. Já há uma pista que, com poucos meses mais, estará inteiramente pronta..." - Diário da Noite (RJ) - 21/06/1955
Parkinson dizia que de tão adiantadas iam as obras iria realizar ainda em 1955 provas no autódromo (em terra), e sua inauguração oficial com a pista pavimentada, seria em 1957 com uma prova de nível internacional. Para custear a pavimentação da pista ao Automóvel Clube iria lançar, só dependia de aprovação dos órgãos competentes, uma campanha chamada "Lajeota". A mesma campanha seria aproveitada para dar ao povo o direito de votar e escolher um nome para o Autódromo.
Não consegui informações se a campanha foi aprovada e lançada, e se foi, qual seu resultado.
Em junho Parkinson foi à São Paulo mostrar aos paulistas os planos e projetos do Autódromo de Adrianópolis:
"Esteve em São Paulo o sr. João Parkinson, ex-presidente da Comissão Nacional de Automobilismo, idealizador e administrador Geral do Autódromo de Adrianópolis..." - Diário Popular (SP) - 21/06/1955

1956 - A realização da corrida "Mil Milhas Brasileiras" no Autódromo de Interlagos (SP), substituiu o Circuito da Gávea como a maior corrida do calendário nacional, embora não tivesse a mesma importância, afinal não era uma prova internacional e era de uma categoria regional das Américas.
Foi conseguido junto ao governador Miguel Couto Filho a isenção de Impostos de transmissão de propriedade inter-vivos para a área doada ao Automóvel Clube, notícia divulgada como sendo de grande ajuda.
Parkinson promovia vez ou outra churrascos no Autódromo e abria visitação todo final de semana, mas a frequência era pequena, faltavam principalmente os pilotos.
As comemorações do 49º aniversário do A.C.B. foram iniciadas pelo clube com uma festa no Autódromo, ainda em 1955, e encerradas em 1956 com mais um evento na área das obras do Autódromo, dessa vez com a pista já aberta e franqueada à quem quisesse experimentar.

O verdadeiro encerramento das festividades
Parkinson continuava espalhando esperanças, pela foto abaixo publicadas na revista "Carro a Vista" pode-se ver que a pista ainda estava "crua":
"Temos pouca gente trabalhando e numero relativamente irrisório de operários. Mas vamos indo a passo firme... o empréstimo das máquinas que nos foram prometidas pelo governador...possibilitar a realização de sensacional prova internacional em 1957." - Diário da Noite (RJ) 30/04/1956
Em seu pronunciamento na XVI Assembléia da FIAC (Federação Internacional de Automóveis Clubes), realizada no Chile, o Cel. Santa Rosa já sinalizava com a inauguração do Autódromo de Adrianópolis:
"Foi recebida com palmas a informação de que o Automóvel Clube do Brasil faria inaugurar, ainda no próximo ano, o Autódromo de Adrianópolis, com características para figurar entre os melhores do mundo." - O Jornal (RJ) 23/11/1956

1957 - Em fins de janeiro foi realizada uma corrida de motos nas pistas de terra do autódromo e já se anunciava a inauguração definitiva para setembro daquele ano em comemoração aos 50 anos do Automóvel Clube.
Em maio era anunciada para 02 de junho a primeira corrida em Adrianópolis, em terra, ainda chamado de Autódromo de Adrianópolis, uma vez que a campanha para escolha do nome pelo povo não havia acontecido.

A corrida foi realizada e transcorreu tudo bem.
Foi uma inauguração "oficiosa", não oficial, pois a pista ainda não estava asfaltada, e para não levantar muita poeira e também porque as pistas eram estreitas, as largadas foram feitas carro a carro, corrida contra o relógio, não em uma corrida entre os concorrentes.
Foram disputada três provas: Turismo até 1.300cc, Turismo até 2.000cc e mais uma chamada de Categoria Especial para carros de até 4.000cc.
Mas alguns jornalistas ainda continuavam fazendo chacota:

1958 - Foi um ano com poucas notícias sobre o Autódromo, em julho Parkinson "... dirigiu um convite à Comissão Desportiva, extensivo aos volantes e representantes da imprensa para uma visita às obras, já que as pistas já estão delineadas dentro do projeto original..." - Jornal dos Sports (RJ) 20/07/1958.
Esperava-se a presença de 20 pessoas mas só compareceram sete, nenhum piloto, talvez porque na corrida realizada no ano anterior a decepção com a pista estreita e quase sem condições técnicas foi grande e não tenha animado muita gente a comparecer.
Apesar da estrada de acesso ao autódromo ainda estar em péssimo estado os visitantes encontraram "... aquilo tudo completamente transformado. Não há uma única pista modesta e acanhada de há um ano atrás. A pista central com 3.800 metros, está bem adiantada. Dentro de dez dias, mais ou menos, estará concluída a preparação do piso na grande curva..." - Jornal dos Sports (RJ) 25/08/1958
Em São Paulo a notícia que se tinha é de que nas obras poderiam levar ainda um ano para serem concluídas.
"Dentro de um ano, no máximo, estarão concluídas as obras do Autódromo de Adrianópolis..." - Folha da Tarde (SP) 22/06/1958

Foi em dezembro que se voltou a falar sobre a realização de um rallye ao Autódromo, como evento de encerramento do ano. Foi também constituída uma Comissão de Pavimentação do Autódromo, sendo uma de suas funções escolher entre uma pavimentação provisória ou uma definitiva, mais cara. Outra função era encontrar, urgente, formas de financiamento da obra, chegou-se a sugerir "... ser cedido em caráter de arrendamento o autódromo por um prazo determinado em troca do financiamento da pavimentação..." - Jornal dos Sports (RJ) 21/12/1958
Embora as corridas continuassem a ser realizadas estava se tornando quase impossível realizar corridas em circuitos de rua.
"Muito embora a conquista do novo campo de corridas tenha sido recente, bem se sabe que, dentro de dois ou três anos, ou, no máximo quatro, terá que desaparecer o Circuito da Barra da Tijuca para dar lugar ao desenvolvimento, que já se vem fazendo sentir de forma impressionante, a exemplo do que ocorreu com o velho e tradicional Trampolim do Diabo." - Diário da Noite (RJ) 30/12/1958

1959 - Foi realizada uma visita técnica ao Autódromo em janeiro e mais uma vez os pilotos não apareceram para opinar:
"Com a visita de ontem a Comissão designada pelo Coronel Santa Rosa para se desempenhar da árdua missão de conhecer, com exatidão, o custo da pavimentação no Autódromo, entra em fase decisiva a construção do campo de corridas em Adrianópolis, que se arrasta há vários anos... temos verificado um certo desinteresse dos volantes que não se compreende nem se justifica. É que, a nosso ver, os mais interessados na questão são justamente os corredores... nunca se vê um só volante, espontaneamente ou aquiescendo a convite, comparecer ao Autódromo... depois de tudo pronto, e quando não houver mais lugar para qualquer providência, aí aparecerão os que farão suas criticas e apontarão defeitos de todas as maneiras. Tal será inevitável e quem viver verá." - Diário da Noite (RJ) 28/01/1959
Não há indicação em que ano foi lançado esse folheto, mas deve ter sido em 1959 pois já era chamado de Autódromo Nacional de Adrianópolis.
Aqui mostro apenas a capa e contra capa, mas era composto de 9 páginas, incluindo essas.Acervo: Maria Elizabeth Parkinson


Em reunião promovida pelo presidente do A.C.B. para debater o problema da pavimentação e com a participação da Comissão de Pavimentação, Parkinson falou sobre as promessas feitas pelo então candidato à governador, Roberto Silveira:
"- Tenho uma grata notícia a dar... há dias estive com o governador e ele, sem que falasse no assunto, lembrou seu compromisso, afirmando que o saberia cumprir. E demonstrando uma boa vontade acima do esperado solicitou lhe fosse fornecido, com a maior brevidade possível, uma ralação completa do que é preciso em homens e material para apressar a construção do Autódromo." - Diário da Noite (RJ) 06/02/1959
A imprensa sempre lembrava que as estradas de acesso ao autódromo necessitavam tanto quanto ele de pavimentação, pois de nada adiantaria a pista pronta se não fosse possível ter acesso à ela. A inauguração realizada em 1956 pelo ex-governador do estado do Rio, Almirante Amaral Peixoto, se referia apenas à um pequeno trecho no início, depois disso as obras pararam e em 1959 tudo continuava igual.
No dia 23 de fevereiro o arquiteto Sergio Bernardes, autor do projeto, se reuniu em um almoço com os engenheiros que visitaram a obra e ficou acertado dele marcar uns pontos para serem feitas sondagens, e foi também divulgado um primeiro orçamento para a pavimentação: Cr$ 15.000.000,00, ficando também acertado como seria a pavimentação: primeiro: macadame, segundo: cobertura asfaltica e terceiro: a base de concreto.
Sergio Bernardes reafirmou: "será o mais belo autódromo do mundo".
Em 06 de abril foram realizadas eleições no A.C.B. para escolha de novo Conselho Deliberativo, dessa com uma chapa de oposição, "Movimento Renovação", liderada por Manuel de Teffé e Segadas Viana (que havia se desligado da diretoria por ter percebido que nada poderia fazer pelo esporte devido ao regime ditatorial ali imposto). Ambas as chapas apresentavam como uma das propostas o termino do autódromo a curto prazo. Depois de conturbada assembléia venceu a chapa da situação, mesmo depois do A.C.B. ter sido envolvido em investigações de contrabando de automóveis.
Após as eleições Santa Rosa manteve as comissões do Autódromo.
A Comissão Desportiva resolveu marcar finalmente o rallye ao Autódromo, 5 de julho, e ficou acertado de chamá-lo "Rallye Roberto Silveira" em homenagem ao governador que prometera ajuda ao Autódromo, mas essa ajuda estava travada aguardando um relatório a ser emitido por Sergio Bernardes ao DNER e que já estava, em junho, com quatro meses de atraso, com isso não se podia avançar com as obras.
Em 17 de junho saiu a notícia da transferência do rallye para o dia 12 de julho, e novamente não foi realizado, mas tanto Santa Rosa como Parkinson prometiam uma corrida internacional no 20 de dezembro com a pista pavimentada.
Não podemos esquecer que a pista era para ter sido inaugurada em 1957 no cinquentenário do A.C.B., portanto estava 2 anos atrasada. Mas para Santa Rosa e Parkinson estava andando tudo bem...
"... o Governador Roberto Silveira sugeriu a data de 25 e prometeu todo seu apoio à prova, não só dando a partida do primeiro carro como, também, comparecendo ao Autódromo..." - Jornal dos Sports (RJ) 04/10/195

Dessa vez parecia que seria realizado mesmo, tudo foi providenciado. Mas não! O rallye foi mais uma vez adiado, previa-se então 8 de novembro, mas da pavimentação não se dava notícias, em começo de novembro a data do rallye foi remarcada para o dia 22 e finalmente realizado
"Constituiu um dos pontos altos das comemorações do dia de Arariboia, ontem, em Niterói, a largada do "rallye" automobilístico "Roberto Silveira", defronte ao Palácio do Ingá, rumo ao município de Nova Iguaçu onde está localizado o Autódromo Nacional de Adrianópolis, com as pistas já delineadas, à espera da pavimentação..." - Ultima Hora (RJ) 23/11/1959
Na cerimônia de premiação do rallye o A.C.B. "...fez a entrega simbólica da pista ao governador Roberto Silveira, a cujo cargo estará a pavimentação da pista já preparada para receber o piso definitivo... agora podemos informar que todos os tramites preliminares foram concluídos e a firma vencedora na concorrência deverá iniciar os trabalhos segunda feira... o contrato com a firma prevê um prazo de 60 dias para a conclusão dos trabalhos" - Jornal dos Sports (RJ) 03/12/1959
Em dezembro o A.C.B. mudou o nome para "Autódromo Roberto Silveira" em homenagem ao governador que tantas promessas fazia ao autódromo.

1960 - No O Jornal do dia 22 de janeiro saiu uma notícia de que impressionado com a construção do Autódromo o gov. Roberto Silveira prometeu contribuir com a cpavimentação da pista. Como assim? As obras não iam começar em 07 de dezembro e ficariam prontas em 60 dias??
Pois é, em promessa de político só acredita quem quer.
Na elaboração do calendário de 1960 Parkinson prometeu apresentar uma pista pronta em setembro!
Bem, nada disso foi cumprido e a pista ficou lá, parada, sem obras, sem pavimentação e sem notícias.

1961 - Nesse ano não saiu nada na imprensa sobre o autódromo. Mas convém lembrar que desde a doação do terreno em 1953 já se haviam passado 8 anos e o autódromo continuava inacabado.

1962 - A notícia seguinte conseguida foi de uma invasão nas terras do Automóvel Clube: "... o empreendimento, depois da inauguração de uma das pistas, parou em meio, por motivos que não vêm ao caso. A paralisação das obras possibilitou a convicção de que aquelas estariam abandonadas, não só as do Automóvel Clube como as do Country Clube de Adrianópolis e de particulares, motivando sua invasão pura e simples.
Indivíduos armados, comunistas uns, e coisa nenhuma outros... os legítimos proprietários, não obtendo apoio das autoridades estaduais fluminenses, resolveram requerer ao Poder Judiciário a reintegração de posse..." - A Noite (RJ) 28/09/1962
Não há notícias de como isso foi resolvido. As matérias sobre o autódromo não saíram mais.

1964 - A matéria seguinte sobre o autódromo só saiu em 64 na revista 4 Rodas e também saiu uma reportagem muito reveladora no jornal Correio da Manhã:


 1972 - O Autódromo de Jacarepaguá havia sido inaugurado em 1966 com o nome, "Autódromo
Nova Caledônia"  e por questões de especulação  imobiliária foi fechado em 1969, foi preciso muita
mobilização dos pilotos para ele ser reaberto em 1977. Nesse período o Rio ficou praticamente sem
corridas.

Emerson Fittipaldi, que seria campeão mundial na F1, foi em fevereiro com Evânio Galvão, presidente da C.B.A., seu irmão Wilson Fittipaldi Jr. e outros elementos interceder junto ao governador da Guanabara, Chagas Freitas, em prol da reabertura do autódromo.
Em seguida, Emerson, Evânio Galvão e comitiva  foram também falar com o governador do Estado do Rio, Raimundo Padilha, tentar a recuperação e pavimentação da pista do Autódromo de Adrianópolis, ao que o governador respondeu:
"- Não afirmo que começarei imediatamente as obras, mas prometo incluir a construção do autódromo como meta prioritária do meu governo no setor esportivo." - Jornal dos Sports (RJ) 06/02/1972
Em maio os integrantes da Associação Carioca de Volantes de Competição (ACVC) foram apelar ao prefeito de Nova Iguaçu, Bolivar Assunção, para que ele terminasse as obras do autódromo, uma vez que ele vinha sendo utilizado de forma clandestina para corridas. A recém fundada Associação Fluminense de Volantes de Competição (AFVC) também fazia a mesma solicitação. O prefeito colocou maquinas a disposição para acertos na pista e se solidarizou para cobrar do governador o asfaltamento da pista:
"... porém não posso cooperar quanto à pavimentação asfaltica... Proponho-me a integrar a Comissão para uma visita ao Governador Raimundo Padilha, afim de cobrar o prometido quando da visita de Emerson Fittipaldi ao Palácio do Ingá, em janeiro ultimo." - Jornal dos Sports (RJ) 18/05/1972
Mas já em agosto os vereadores começaram a questionar as despesas com o autódromo: "... o prefeito tem coisas mais importantes em que pensar e que o autódromo pertence a particulares que estão lucrando muito com esse especial interesse do chefe do Executivo iguaçuano." - O Fluminense (RJ) 15/07/1972

1973 - Com a pista pronta, mas ainda em terra, a AFVC promoveu em fevereiro uma corrida onde correram, em sua maioria carros VW, sendo que o vencedor foi o Bugre M-150 de Willian Jorge.



Foto aérea provavelmente dos anos 70 - Fonte: Internet (Fotolog)

A AFVC programou o "I Torneio Fluminense de Novatos" com 4 etapas no primeiro semestre de 1973 no Autódromo. O torneio foi realizado, mas depois a pista novamente começou a passar problemas com as corridas clandestinas:
"... a pista do Autódromo de Adrianópolis é de barro e os carros, envenenados, derrapam com uma incrível facilidade. Qualquer dia esse autódromo vai ser notícia, ou por causa dos pilotos temerários ou por causa da assistência, que se mistura aos carros em alta velocidade." - Jornal do Brasil (RJ) 21/08/1973

Google Maps - O mato tomou conta

O que se sabe é que de uma forma ou de outra, com corridas clandestinas, o autódromo "sobreviveu" até inicio dos anos 80, houve algumas corridas de gaiolas, mas organizadas localmente, depois disso o mato tomou conta.

O Automóvel Clube do Brasil teve sua insolvência decretada em 1996 e fechou as portas. Desde então nada se sabe, nem mesmo de quem são essas terras hoje em dia.

O atual Automóvel Clube não é o mesmo clube original, só compraram a marca e atualmente usam o nome Automóvel Clube, não são os donos das terras.
[FIM DA MATÉRIA]

Pois bem, o terreno para o autódromo já tá pronto, só precisa retomar as obras, quem sabe até fazer o layout original. PRA QUÊ torrar milhões em Deodoro (Inclusive com remoção de bombas, já que aquela é uma área do EXÉRCITO) e fazer um circuito do zero quando se pode partir de um projeto já começado faz uma cacetada de anos e terminá-lo?
Adrianópolis agradece.





sábado, 24 de agosto de 2019

Possível autódromo em Minas Gerais?

Descobri em Uberlândia.


Possui uma bela pista de arrancada, e dois espaços bem largos, além de uma reta que os conecta.
A intenção é clara, é uma pista especializada em arrancada, pronto. MAS...

Usando a Reta de arrancada como ponto de partida, pegando o trecho que leva pra área asfaltada maior, de lá pegando a reta oposta (Ocultada pela linha clara, cortesia do Google Maps) e chegando na área asfaltada menor, que leva para a "barriga" que conduz novamente à reta de arrancada e assim, completando o circuito. Dá, sim, uma pista de corrida inusitada.

O lugar se chama Arena Race.

EXTRA! EXTRA! Novo autódromo descoberto em São Paulo!

De repente, autódromos começaram a se tornar atraentes.



Na cidade de Tuiutí, região de Bragança Paulista, um local conhecido simplesmente como "Haras Tuiuti" abriga um autódromo pequeno com cinco variantes, com duas delas podendo ser usadas simultaneamente. Autodenominado "Campo de Provas", conta com todas as perfumarias que atraem os ricos donos de carros (e motos) caros pra acelerarem sem medo.



Ainda não descobri quem é o proprietário (ou grupo de proprietários), porque no site não explica. Mas, com certeza, ele está no mesmo nível de "exclusividade" dos autódromos Capuava e Fazenda DIMEP, ou seja, não é pra qualquer chinelão caipira.
A instalação conta ainda com pista de off-road, galpão para guarda de veículos, oficina, auditório (para convidados, lógico) e até cozinha completa.

Pra quem quiser conferir mais de perto, este é o endereço:
Rodovia Eloy de Camargo Bueno, Km 4 - Passa Três, Tuiuti - SP, 12930-000

E este é o site: Haras Tuiuti

sexta-feira, 8 de junho de 2018

A "Escola Brasileira" dos esportivos

Todo país que se preze no mundo automotivo tem sua receita para um carro de desempenho considerável, e se uma receita dá certo, ela acaba sendo, conscientemente ou não, copiada, o que acaba gerando uma "escola" nacional, ou seja, uma receita que caracteriza não só o esportivo, mas também seu país.

A escola Americana é a dos carros grandes, com motor grande, torcudos e que bebem pra caramba. A característica fundamental para um carro da escola americana é um V-oitão bem grande, e um chassis bem grande pra aguentar esse torque todo.

A escola Europeia é a dos carros pequenos, mas com quilos de turbo em seus motorzinhos, e se tiver tração integral, melhor ainda. Dentro da Europa, há a escola Italiana, que é motor central, carro socado no chão (Nas ruas da Europa não chega a ser um problema) e motor em V não muito grande, mas muito girador. Há também a escola Inglesa, que é o carro ser o mais leve possível, para um motor mediano puxar menos quilos de carro e render mais. A escola Alemã é parecida com a escola Americana, mas com um pouco de cilindrada a menos, e um tanto de tecnologia a mais, e um design bem sóbrio.

A escola Japonesa é a escola do JDM: Motor com quilos de turbo, como na escola europeia, mas com apêndices aerodinâmicos que deixam o carro grudado no chão, como na escola Italiana. E, lógico, muito drift.

Qual seria então, a escola Brasileira? Tendo muita influência europeia, o conceito de esportivo no Brasil é carro com motor central. Mas, ao contrário da escola Italiana, o carro é pequeno, como nas escolas Europeia e Japonesa, e confia em motor pequeno, que é mais barato e fácil de adquirir (Não se produzem mais V8's no Brasil...), mas preparado até o talo, de preferência com turbo.

Um carro esportivo, você já sabe que é americano, italiano, japonês, só de olhar. Como se identifica um carro esportivo tipicamente brasileiro?
-Ele tem motor central e dois lugares
-O motor é quase sempre um 4 cilindros em linha turbo, com cilindrada aumentada.
-Ao contrário da escola Italiana, o motor fica apartado da cabine, e fica sob uma tampa reta, mascarada por colunas falsas que seguem até a parte traseira. Sem essas colunas falsas, o carro fica parecendo uma picape pequena.

Seguem fotos do que seriam exemplos de uma "escola Brasileira" de carros esportivos.


 Bianco Tarpan, motor do Passat TS. Semelhança com o Bianco S, que era feito sobre o chassi do Fusca. Década de 80
 Dankar Squalo, também com motor Passat TS. Também década de 80
Corona Dardo, fins da década de 70. Motor Fiat 147 1.3, réplica do Fiat X1/9, era vendido nas concessionárias Fiat.

O Dardo todo aberto.

Farus Beta, década de 80, motor Chevrolet do Monza.
A versão conversível do Farus Beta.

Farus ML 929, primeiro modelo da marca, motor Fiat 147. Também, década de 80.
Short SRT, versão de corrida do Short GT, década de 2000.
 
Short GT. Motor Volkswagen AP, turbo
 
As linhas retas lembram um "mini-Lamborghini"

Edra GT, década de 2000 (Ainda pode-se pedir encomenda)

Motor VW AP 2.0, mas aceita outras motorizações.

Um exemplar em restauração vai receber motor V6 da Ford.

A Edra também fabrica outros produtos, como um utilitário elétrico.

Lobini H1, década de 2000/2010. Motor Audi 1.8 turbo.

Muito sofisticado e muito caro. Merecia um motor mais fotrtinho...
A capota é removível e pode ser presa na tampa do motor.

San Vito S1, década de 2000/2010  

Não é tão sofisticado quanto o Lobini, mas ainda está em fase de protótipo.
O motor é o Volkswagen 1.8.


Uma pena que estes carros não receberam a devida atenção dos entusiastas de carros. Quem sabe, o novo Puma, que está sendo desenvolvido, não mude esse paradigma?...

Fiel à escola Brasileira de design esportivo, lógico!