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domingo, 9 de abril de 2023

Estava planejada uma extensão para o Circuito Centenário!

O circuito de rua mais famoso da História da Bahia seria maior ainda.

Famoso nas décadas de 60 e 80, o circuito de rua do Centenário, localizado em Salvador, na Bahia, teria uma extensão que o espicharia ainda mais. Era umai deia que não foi posta em prática, contudo


 

domingo, 29 de setembro de 2019

Outro autódromo que não saiu... E uma leve suspeita

Procurando por autódromos de terra, para formular algumas sugestões para o organizador da flopada SuperCup V6, dou de cara com um escritório de arquitetura, cujo portfólio de projetos incluía... Sim, um autódromo.
O Sigmaville Lembrava levemente Daytona...

Dada sua localização, entre as cidades de Paulínia e Jaguariúna, tudo me leva a crer que esse seria o famigerado Autódromo do Carlos Cunha - Que seria em Paulínia.

Tenho uma lista completa de possíveis autódromos que foram flopados (Cancelados, não saíram do papel ou tiveram as obras paradas por alguma razão), e o do Carlos Cunha está entre eles. Agora, temos o nome - Sigmaville - E o traçado, que possuía variações.

A data consta de 2004, a maioria absoluta dos autódromos prometidos e não cumpridos data do fim da década de 90 até o fim da década de 2000.

A suspeita se refere a um circuito com o nome parecido, fictício, para rFactor, que seria localizado em São Paulo. Teria sido ideia do mesmo arquiteto? Ou de alguém ligado ao Carlos Cunha? O traçado é muito diferente, mas o nome e a localização são bem parecidos... Coincidência?

domingo, 25 de agosto de 2019

Em vez de torrar dinheiro em Deodoro...

Por que não retomar um projeto iniciado e paralisado?
A história (E a sina) deste autódromo é a mesma de outros projetos, como SP Races (Cabreúva-SP), Autódromo de Canelinha (Canelinha-SC), Velomax (Lençõis Paulista-SP), o eternamente prometido Autódromo da Bahia (Salvador-BA), Carlos Cunha (Paulínia-SP), TVR (Joinville-SC), Serra Verde (Belo Horizonte-MG) e tantos outros ao longo da história: Muita promessa, muito alarde, muito oba-oba, e no final, nada de pista.

Este autódromo foi um dos primeiros a ser propostos, logo depois de Interlagos! Ele é anterior, inclusive ao Autódromo Nova Caledônia, que foi a primeira encarnação de Jacarepaguá. Falarei dele em outra oportunidade. O assunto é muito extenso, então eu tratarei de piratear um artigo do Bandeira Quadriculada.

O Automóvel Clube do Brasil foi fundado em 1907 com o objetivo de despertar o interesse pelo automóvel entre os brasileiros, a meta principal do clube era dar orientação aos proprietários dos veículos que chegavam ao Brasil. Existiam cerca de 30 veículos em circulação na cidade, o que já causava um pouco de confusão.
A diretoria do A.C.B. na fundação foi: Eng. Dr. Aarão Leal de Carvalho Reis, presidente, e Dr. Marciano Aguiar Moreira, vice-presidente.

A primeira corrida oficial no Brasil foi o "Circuito de Itapecerica", em São Paulo (SP) no dia 26 de julho de 1908  e a segunda corrida oficial no Brasil foi o "Circuito de São Gonçalo" (RJ), realizado em 19 de setembro de 1909.  A idéia era realizar a corrida no Alto da Boa Vista, mas o prefeito Souza Aguiar proibiu sua realização na cidade, levando o Automóvel Clube do Brasil a transferi-la para o município vizinho.

A imagem é de uma das primeiras provas oficiais no RJ, realizada em 1925 e promovida por ocasião da 1ª Exposição Automobilística do Rio de Janeiro, mas não há referência alguma a que tipo de prova era.

Rio de Janeiro foi palco de diversas provas automobilísticas, em sua maioria provas de Quilômetro de arrancada, Quilômetro lançado e Subidas de Montanha, em 1924 teve uma prova na Gávea (praia de Ipanema, av. Niemeyer e Estrada da Gávea), em 1932 a primeira prova de Subida de Montanha. Provas de circuito eram poucas e raras, até que em 1933 foi realizado o "I Grande Premio Cidade do Rio de Janeiro" na Gávea, mas mesmo assim as Subidas e os Quilômetros eram as mais realizadas por serem mais fáceis de organizar, faltavam locais adequados para as corridas.
Desde 1926 o A.C.B. era filiado e representava a FIA no Brasil, era o mandante exclusivo das competições automobilísticas no país.

Na primeira metade do século XX o Circuito da Gávea foi um evento automobilístico de grande expressão no Brasil e relevância internacional. Este circuito aconteceu de 1933 até 1954, com pequeno intervalo entre os anos de 1942 a 1946 devido a Segunda Guerra. O circuito era de grande importância, toda a cidade via-se envolvida com o acontecimento que chegava a atrair 250 mil espectadores para assistir pilotos em suas máquinas correndo pelas ruas dos bairros da Gávea e do Leblon, na Zona Sul da cidade. (clique e veja filme da corrida de 1934)
Devido a posição de destaque que atingiu no calendário automobilístico a corrida da Gávea manteve o Rio de Janeiro como centro do automobilismo no país por décadas. Nos anos 40 foi construído o Autódromo de Interlagos em São Paulo, que mesmo se constituindo como local adequado para a prática do automobilismo suas corridas não conseguiam fazer sucesso igual ao do Circuito da Gávea.

O esporte, no Rio de Janeiro, não se desenvolvia e a perda de prestígio agravada pelas corridas em locais cada vez mais impróprios mostrava que cada vez se tornava mais difícil realizar provas em ruas devido ao aumento do numero de carros e do tráfego, e com o aumento da população os protestos contra a interdição das vias aumentavam.
Pistas fechadas (autódromo) seriam a solução. Em 1950 começaram a aparecer as primeiras notícias da construção de um autódromo, antigo desejo de piloto e aficionados.

Segundo recortes dos jornais: “A Noite”, “A Manhã” e “Correio da Manhã”, de 1950 e do Rio de Janeiro, haviam planos de construção de um autódromo em Deodoro em 1951.
Segundo eles, o Cel. Sylvio Américo Santa Rosa, que na época era do C.N.D. (Conselho Nacional de Desportos), que corresponde hoje à Secretaria Nacional de Esportes de Alto Rendimento, do Ministério dos Esportes, e vice-presidente do A.C.B., anunciou durante um almoço de confraternização a construção em 1951 de um autódromo no bairro de Deodoro, na cidade do Rio de Janeiro. Para vocês verem como essa história de Deodoro é velha!
Nada aconteceu! Mas passados uns anos o assunto do autódromo voltou a ser cogitado.

1953 - Foi João Ruiz Parkinson, membro do Conselho Deliberativo e presidente da Comissão Desportiva, que com sua formação de contador e experiência como corretor imobiliário, idealizou e organizou a Vila Automóvel Clube em uma área que o A.C.B. comprou ao redor da que o presidente do A.C.B., Gal. Sylvio Américo de Santa Rosa conseguiu por doação de Adriano Mauricio de Almeida, em Adrianópolis, região de Nova Iguaçu, para a construção de um Autódromo, antiga aspiração do clube.

O "GP Cidade do Rio de Janeiro", tradicionalmente realizado na Gávea, enfrentava dificuldades para ser realizado pois os dirigentes do A.C.B. solicitaram ao prefeito Negrão de Lima locais para realização da prova no final do ano que contaria com a presença de pilotos internacionais. A Quinta da Boa Vista e a Praia de Botafogo, foram vetados. A primeira por se tratar de um parque de uso público em vias de restauração, a segunda por ser uma artéria de ligação com grande tráfego que não podia ser fechada ao público. A prova acabou acontecendo em janeiro de 1954 na Gávea mesmo.
Cidades como Rio de Janeiro e São Paulo já eram metrópoles, tornando a realização de corridas de automóveis pelas ruas em um evento perigoso e inadequado às novas necessidades e aspirações da população, além da complexidade de sua organização.
De 1954, última corrida na Gávea, até1966, inauguração do autódromo de Jacarepaguá, as corridas passaram a ocupar diferentes locais da cidade. Distantes dos centros urbanos os: Circuito da Barra da Tijuca, da Ilha do Fundão ou Cidade Universitária e Subida da Estrada de Furnas, passaram a ser os locais escolhidos para as corridas pois impactavam menos a rotina da população. Outras localidades, como a região do estádio do Maracanã e o Aterro da Glória também eram utilizados como locais de corridas.

1954 - O projeto do “Autódromo de Adrianópolis”, publicado em uma revista de outubro de 1954, era um alento para os automobilistas depois do fim do Circuito da Gávea e das precariedades das corridas na região do Maracanã. O plano era construir o Autódromo, um clube de campo para os associados e a Vila Automóvel Clube para ser loteada, vendida e assim financiar as obras do autódromo.

Recebida a doação do terreno começou o trabalho coordenado por João R. Parkinson, que consistia em abrir as ruas do loteamento, providenciar o melhoramento das estradas de acesso e as pistas do autódromo propriamente dito.
Anunciava-se que o autódromo teria nove pistas diferentes, restaurantes, boas arquibancadas e estacionamento, além de um Clube de Campo.
Era a esperança para mudar o rumo do automobilismo carioca.

Em 17 de setembro de 1954 foi lançada a pedra fundamental da Vila Automóvel Clube em uma cerimônia que contou também com a inauguração de um trecho da estrada que ligaria a Rodovia Presidente Dutra com a vila pelo então governador, Alm. Ernani do Amaral Peixoto, na presença de inúmeras autoridades do governo, jornalistas, toda a diretoria do A.C.B. e pilotos. Foi servido um almoço à comitiva.

O entusiasmo era grande com o autódromo, já se cogitava inclusive realizar em dezembro um rallye partindo da sede do A.C.B. até o Autódromo, com direito a churrasco, uma volta na pista e sorteio de um lote na Vila Automóvel Clube.
Dizia-se que pilotos uruguaios estariam interessados em participar. Mas a corrida não se realizou e foi transferida para janeiro

1955 - Nas eleições do A.C.B. o Cel Sylvio Américo de Santa Rosa foi reeleito, e, entre outras mudanças convidou Segadas Viana para substituir João R. Parkinson na presidência do Departamento Esportivo, que assim ficava livre para tocar as obras do autódromo:
“... vamos realizar, assim, o antigo sonho do presidente, cel. Santa Rosa, desde os tempos em que era presidente da Comissão Desportiva. Num terreno avaliado em 50 milhões de cruzeiros que nos foi doado pelo conselheiro Adriano Mauricio de Almeida estamos construindo a Vila Automóvel Clube e o autódromo, sem qualquer subvenção oficial, apenas com recursos provenientes da venda de áreas.” - O Jornal - RJ (23/03/1955)
O rallye foi transferido para janeiro de 1955, e novamente não foi realizado, ficando sem previsão para ser realizado. Ficou só na a intenção.
O ano  passava, os problemas persistiram, e o autódromo não tinha suas obras bem explicadas. Mas para Parkinson ia tudo bem:

A Imprensa sempre se referia às obras com adjetivos elogiosos, talvez seguindo os releases passados pelo Automóvel Clube e não por observações "in-loco". Só que as obras pareciam não avançar. Alguns jornalistas até começaram a questionar e a fazer chacota.

Em meados de 55 foi organizada uma caravana para uma visita "in-loco" para que jornalistas e pilotos pudessem acompanhar o avanço das obras. Até então não se tinha noção da grandeza da obra ali realizada. Partindo de um terreno montanhoso e coberto de matas, para criar-se a Vila Automóvel Clube foi preciso abrir-se as ruas e demarcar-se os lotes, criando assim o loteamento. Depois preparou-se a área do Clube de Campo e o autódromo. A venda dos lotes não revertia toda para as obras do autódromo, parte ia para o proprietário, parte para o Automóvel Clube e parte para as obras do autódromo.
"A caravana petropolitana ficou entusiasmada com o que já está feito e nós conseguimos verificar que uma pequena cidade se ergue em torno do Autódromo, graças, em grande parte, ao governador Miguel Couto Filho, que isentou de impostos, durante o período de dez anos, as industrias que se instalarem no local. Resultado: as áreas a elas destinadas já estão todas tomadas.
Trabalha-se sem cessar e o Autódromo vai surgindo aos poucos. Já há uma pista que, com poucos meses mais, estará inteiramente pronta..." - Diário da Noite (RJ) - 21/06/1955
Parkinson dizia que de tão adiantadas iam as obras iria realizar ainda em 1955 provas no autódromo (em terra), e sua inauguração oficial com a pista pavimentada, seria em 1957 com uma prova de nível internacional. Para custear a pavimentação da pista ao Automóvel Clube iria lançar, só dependia de aprovação dos órgãos competentes, uma campanha chamada "Lajeota". A mesma campanha seria aproveitada para dar ao povo o direito de votar e escolher um nome para o Autódromo.
Não consegui informações se a campanha foi aprovada e lançada, e se foi, qual seu resultado.
Em junho Parkinson foi à São Paulo mostrar aos paulistas os planos e projetos do Autódromo de Adrianópolis:
"Esteve em São Paulo o sr. João Parkinson, ex-presidente da Comissão Nacional de Automobilismo, idealizador e administrador Geral do Autódromo de Adrianópolis..." - Diário Popular (SP) - 21/06/1955

1956 - A realização da corrida "Mil Milhas Brasileiras" no Autódromo de Interlagos (SP), substituiu o Circuito da Gávea como a maior corrida do calendário nacional, embora não tivesse a mesma importância, afinal não era uma prova internacional e era de uma categoria regional das Américas.
Foi conseguido junto ao governador Miguel Couto Filho a isenção de Impostos de transmissão de propriedade inter-vivos para a área doada ao Automóvel Clube, notícia divulgada como sendo de grande ajuda.
Parkinson promovia vez ou outra churrascos no Autódromo e abria visitação todo final de semana, mas a frequência era pequena, faltavam principalmente os pilotos.
As comemorações do 49º aniversário do A.C.B. foram iniciadas pelo clube com uma festa no Autódromo, ainda em 1955, e encerradas em 1956 com mais um evento na área das obras do Autódromo, dessa vez com a pista já aberta e franqueada à quem quisesse experimentar.

O verdadeiro encerramento das festividades
Parkinson continuava espalhando esperanças, pela foto abaixo publicadas na revista "Carro a Vista" pode-se ver que a pista ainda estava "crua":
"Temos pouca gente trabalhando e numero relativamente irrisório de operários. Mas vamos indo a passo firme... o empréstimo das máquinas que nos foram prometidas pelo governador...possibilitar a realização de sensacional prova internacional em 1957." - Diário da Noite (RJ) 30/04/1956
Em seu pronunciamento na XVI Assembléia da FIAC (Federação Internacional de Automóveis Clubes), realizada no Chile, o Cel. Santa Rosa já sinalizava com a inauguração do Autódromo de Adrianópolis:
"Foi recebida com palmas a informação de que o Automóvel Clube do Brasil faria inaugurar, ainda no próximo ano, o Autódromo de Adrianópolis, com características para figurar entre os melhores do mundo." - O Jornal (RJ) 23/11/1956

1957 - Em fins de janeiro foi realizada uma corrida de motos nas pistas de terra do autódromo e já se anunciava a inauguração definitiva para setembro daquele ano em comemoração aos 50 anos do Automóvel Clube.
Em maio era anunciada para 02 de junho a primeira corrida em Adrianópolis, em terra, ainda chamado de Autódromo de Adrianópolis, uma vez que a campanha para escolha do nome pelo povo não havia acontecido.

A corrida foi realizada e transcorreu tudo bem.
Foi uma inauguração "oficiosa", não oficial, pois a pista ainda não estava asfaltada, e para não levantar muita poeira e também porque as pistas eram estreitas, as largadas foram feitas carro a carro, corrida contra o relógio, não em uma corrida entre os concorrentes.
Foram disputada três provas: Turismo até 1.300cc, Turismo até 2.000cc e mais uma chamada de Categoria Especial para carros de até 4.000cc.
Mas alguns jornalistas ainda continuavam fazendo chacota:

1958 - Foi um ano com poucas notícias sobre o Autódromo, em julho Parkinson "... dirigiu um convite à Comissão Desportiva, extensivo aos volantes e representantes da imprensa para uma visita às obras, já que as pistas já estão delineadas dentro do projeto original..." - Jornal dos Sports (RJ) 20/07/1958.
Esperava-se a presença de 20 pessoas mas só compareceram sete, nenhum piloto, talvez porque na corrida realizada no ano anterior a decepção com a pista estreita e quase sem condições técnicas foi grande e não tenha animado muita gente a comparecer.
Apesar da estrada de acesso ao autódromo ainda estar em péssimo estado os visitantes encontraram "... aquilo tudo completamente transformado. Não há uma única pista modesta e acanhada de há um ano atrás. A pista central com 3.800 metros, está bem adiantada. Dentro de dez dias, mais ou menos, estará concluída a preparação do piso na grande curva..." - Jornal dos Sports (RJ) 25/08/1958
Em São Paulo a notícia que se tinha é de que nas obras poderiam levar ainda um ano para serem concluídas.
"Dentro de um ano, no máximo, estarão concluídas as obras do Autódromo de Adrianópolis..." - Folha da Tarde (SP) 22/06/1958

Foi em dezembro que se voltou a falar sobre a realização de um rallye ao Autódromo, como evento de encerramento do ano. Foi também constituída uma Comissão de Pavimentação do Autódromo, sendo uma de suas funções escolher entre uma pavimentação provisória ou uma definitiva, mais cara. Outra função era encontrar, urgente, formas de financiamento da obra, chegou-se a sugerir "... ser cedido em caráter de arrendamento o autódromo por um prazo determinado em troca do financiamento da pavimentação..." - Jornal dos Sports (RJ) 21/12/1958
Embora as corridas continuassem a ser realizadas estava se tornando quase impossível realizar corridas em circuitos de rua.
"Muito embora a conquista do novo campo de corridas tenha sido recente, bem se sabe que, dentro de dois ou três anos, ou, no máximo quatro, terá que desaparecer o Circuito da Barra da Tijuca para dar lugar ao desenvolvimento, que já se vem fazendo sentir de forma impressionante, a exemplo do que ocorreu com o velho e tradicional Trampolim do Diabo." - Diário da Noite (RJ) 30/12/1958

1959 - Foi realizada uma visita técnica ao Autódromo em janeiro e mais uma vez os pilotos não apareceram para opinar:
"Com a visita de ontem a Comissão designada pelo Coronel Santa Rosa para se desempenhar da árdua missão de conhecer, com exatidão, o custo da pavimentação no Autódromo, entra em fase decisiva a construção do campo de corridas em Adrianópolis, que se arrasta há vários anos... temos verificado um certo desinteresse dos volantes que não se compreende nem se justifica. É que, a nosso ver, os mais interessados na questão são justamente os corredores... nunca se vê um só volante, espontaneamente ou aquiescendo a convite, comparecer ao Autódromo... depois de tudo pronto, e quando não houver mais lugar para qualquer providência, aí aparecerão os que farão suas criticas e apontarão defeitos de todas as maneiras. Tal será inevitável e quem viver verá." - Diário da Noite (RJ) 28/01/1959
Não há indicação em que ano foi lançado esse folheto, mas deve ter sido em 1959 pois já era chamado de Autódromo Nacional de Adrianópolis.
Aqui mostro apenas a capa e contra capa, mas era composto de 9 páginas, incluindo essas.Acervo: Maria Elizabeth Parkinson


Em reunião promovida pelo presidente do A.C.B. para debater o problema da pavimentação e com a participação da Comissão de Pavimentação, Parkinson falou sobre as promessas feitas pelo então candidato à governador, Roberto Silveira:
"- Tenho uma grata notícia a dar... há dias estive com o governador e ele, sem que falasse no assunto, lembrou seu compromisso, afirmando que o saberia cumprir. E demonstrando uma boa vontade acima do esperado solicitou lhe fosse fornecido, com a maior brevidade possível, uma ralação completa do que é preciso em homens e material para apressar a construção do Autódromo." - Diário da Noite (RJ) 06/02/1959
A imprensa sempre lembrava que as estradas de acesso ao autódromo necessitavam tanto quanto ele de pavimentação, pois de nada adiantaria a pista pronta se não fosse possível ter acesso à ela. A inauguração realizada em 1956 pelo ex-governador do estado do Rio, Almirante Amaral Peixoto, se referia apenas à um pequeno trecho no início, depois disso as obras pararam e em 1959 tudo continuava igual.
No dia 23 de fevereiro o arquiteto Sergio Bernardes, autor do projeto, se reuniu em um almoço com os engenheiros que visitaram a obra e ficou acertado dele marcar uns pontos para serem feitas sondagens, e foi também divulgado um primeiro orçamento para a pavimentação: Cr$ 15.000.000,00, ficando também acertado como seria a pavimentação: primeiro: macadame, segundo: cobertura asfaltica e terceiro: a base de concreto.
Sergio Bernardes reafirmou: "será o mais belo autódromo do mundo".
Em 06 de abril foram realizadas eleições no A.C.B. para escolha de novo Conselho Deliberativo, dessa com uma chapa de oposição, "Movimento Renovação", liderada por Manuel de Teffé e Segadas Viana (que havia se desligado da diretoria por ter percebido que nada poderia fazer pelo esporte devido ao regime ditatorial ali imposto). Ambas as chapas apresentavam como uma das propostas o termino do autódromo a curto prazo. Depois de conturbada assembléia venceu a chapa da situação, mesmo depois do A.C.B. ter sido envolvido em investigações de contrabando de automóveis.
Após as eleições Santa Rosa manteve as comissões do Autódromo.
A Comissão Desportiva resolveu marcar finalmente o rallye ao Autódromo, 5 de julho, e ficou acertado de chamá-lo "Rallye Roberto Silveira" em homenagem ao governador que prometera ajuda ao Autódromo, mas essa ajuda estava travada aguardando um relatório a ser emitido por Sergio Bernardes ao DNER e que já estava, em junho, com quatro meses de atraso, com isso não se podia avançar com as obras.
Em 17 de junho saiu a notícia da transferência do rallye para o dia 12 de julho, e novamente não foi realizado, mas tanto Santa Rosa como Parkinson prometiam uma corrida internacional no 20 de dezembro com a pista pavimentada.
Não podemos esquecer que a pista era para ter sido inaugurada em 1957 no cinquentenário do A.C.B., portanto estava 2 anos atrasada. Mas para Santa Rosa e Parkinson estava andando tudo bem...
"... o Governador Roberto Silveira sugeriu a data de 25 e prometeu todo seu apoio à prova, não só dando a partida do primeiro carro como, também, comparecendo ao Autódromo..." - Jornal dos Sports (RJ) 04/10/195

Dessa vez parecia que seria realizado mesmo, tudo foi providenciado. Mas não! O rallye foi mais uma vez adiado, previa-se então 8 de novembro, mas da pavimentação não se dava notícias, em começo de novembro a data do rallye foi remarcada para o dia 22 e finalmente realizado
"Constituiu um dos pontos altos das comemorações do dia de Arariboia, ontem, em Niterói, a largada do "rallye" automobilístico "Roberto Silveira", defronte ao Palácio do Ingá, rumo ao município de Nova Iguaçu onde está localizado o Autódromo Nacional de Adrianópolis, com as pistas já delineadas, à espera da pavimentação..." - Ultima Hora (RJ) 23/11/1959
Na cerimônia de premiação do rallye o A.C.B. "...fez a entrega simbólica da pista ao governador Roberto Silveira, a cujo cargo estará a pavimentação da pista já preparada para receber o piso definitivo... agora podemos informar que todos os tramites preliminares foram concluídos e a firma vencedora na concorrência deverá iniciar os trabalhos segunda feira... o contrato com a firma prevê um prazo de 60 dias para a conclusão dos trabalhos" - Jornal dos Sports (RJ) 03/12/1959
Em dezembro o A.C.B. mudou o nome para "Autódromo Roberto Silveira" em homenagem ao governador que tantas promessas fazia ao autódromo.

1960 - No O Jornal do dia 22 de janeiro saiu uma notícia de que impressionado com a construção do Autódromo o gov. Roberto Silveira prometeu contribuir com a cpavimentação da pista. Como assim? As obras não iam começar em 07 de dezembro e ficariam prontas em 60 dias??
Pois é, em promessa de político só acredita quem quer.
Na elaboração do calendário de 1960 Parkinson prometeu apresentar uma pista pronta em setembro!
Bem, nada disso foi cumprido e a pista ficou lá, parada, sem obras, sem pavimentação e sem notícias.

1961 - Nesse ano não saiu nada na imprensa sobre o autódromo. Mas convém lembrar que desde a doação do terreno em 1953 já se haviam passado 8 anos e o autódromo continuava inacabado.

1962 - A notícia seguinte conseguida foi de uma invasão nas terras do Automóvel Clube: "... o empreendimento, depois da inauguração de uma das pistas, parou em meio, por motivos que não vêm ao caso. A paralisação das obras possibilitou a convicção de que aquelas estariam abandonadas, não só as do Automóvel Clube como as do Country Clube de Adrianópolis e de particulares, motivando sua invasão pura e simples.
Indivíduos armados, comunistas uns, e coisa nenhuma outros... os legítimos proprietários, não obtendo apoio das autoridades estaduais fluminenses, resolveram requerer ao Poder Judiciário a reintegração de posse..." - A Noite (RJ) 28/09/1962
Não há notícias de como isso foi resolvido. As matérias sobre o autódromo não saíram mais.

1964 - A matéria seguinte sobre o autódromo só saiu em 64 na revista 4 Rodas e também saiu uma reportagem muito reveladora no jornal Correio da Manhã:


 1972 - O Autódromo de Jacarepaguá havia sido inaugurado em 1966 com o nome, "Autódromo
Nova Caledônia"  e por questões de especulação  imobiliária foi fechado em 1969, foi preciso muita
mobilização dos pilotos para ele ser reaberto em 1977. Nesse período o Rio ficou praticamente sem
corridas.

Emerson Fittipaldi, que seria campeão mundial na F1, foi em fevereiro com Evânio Galvão, presidente da C.B.A., seu irmão Wilson Fittipaldi Jr. e outros elementos interceder junto ao governador da Guanabara, Chagas Freitas, em prol da reabertura do autódromo.
Em seguida, Emerson, Evânio Galvão e comitiva  foram também falar com o governador do Estado do Rio, Raimundo Padilha, tentar a recuperação e pavimentação da pista do Autódromo de Adrianópolis, ao que o governador respondeu:
"- Não afirmo que começarei imediatamente as obras, mas prometo incluir a construção do autódromo como meta prioritária do meu governo no setor esportivo." - Jornal dos Sports (RJ) 06/02/1972
Em maio os integrantes da Associação Carioca de Volantes de Competição (ACVC) foram apelar ao prefeito de Nova Iguaçu, Bolivar Assunção, para que ele terminasse as obras do autódromo, uma vez que ele vinha sendo utilizado de forma clandestina para corridas. A recém fundada Associação Fluminense de Volantes de Competição (AFVC) também fazia a mesma solicitação. O prefeito colocou maquinas a disposição para acertos na pista e se solidarizou para cobrar do governador o asfaltamento da pista:
"... porém não posso cooperar quanto à pavimentação asfaltica... Proponho-me a integrar a Comissão para uma visita ao Governador Raimundo Padilha, afim de cobrar o prometido quando da visita de Emerson Fittipaldi ao Palácio do Ingá, em janeiro ultimo." - Jornal dos Sports (RJ) 18/05/1972
Mas já em agosto os vereadores começaram a questionar as despesas com o autódromo: "... o prefeito tem coisas mais importantes em que pensar e que o autódromo pertence a particulares que estão lucrando muito com esse especial interesse do chefe do Executivo iguaçuano." - O Fluminense (RJ) 15/07/1972

1973 - Com a pista pronta, mas ainda em terra, a AFVC promoveu em fevereiro uma corrida onde correram, em sua maioria carros VW, sendo que o vencedor foi o Bugre M-150 de Willian Jorge.



Foto aérea provavelmente dos anos 70 - Fonte: Internet (Fotolog)

A AFVC programou o "I Torneio Fluminense de Novatos" com 4 etapas no primeiro semestre de 1973 no Autódromo. O torneio foi realizado, mas depois a pista novamente começou a passar problemas com as corridas clandestinas:
"... a pista do Autódromo de Adrianópolis é de barro e os carros, envenenados, derrapam com uma incrível facilidade. Qualquer dia esse autódromo vai ser notícia, ou por causa dos pilotos temerários ou por causa da assistência, que se mistura aos carros em alta velocidade." - Jornal do Brasil (RJ) 21/08/1973

Google Maps - O mato tomou conta

O que se sabe é que de uma forma ou de outra, com corridas clandestinas, o autódromo "sobreviveu" até inicio dos anos 80, houve algumas corridas de gaiolas, mas organizadas localmente, depois disso o mato tomou conta.

O Automóvel Clube do Brasil teve sua insolvência decretada em 1996 e fechou as portas. Desde então nada se sabe, nem mesmo de quem são essas terras hoje em dia.

O atual Automóvel Clube não é o mesmo clube original, só compraram a marca e atualmente usam o nome Automóvel Clube, não são os donos das terras.
[FIM DA MATÉRIA]

Pois bem, o terreno para o autódromo já tá pronto, só precisa retomar as obras, quem sabe até fazer o layout original. PRA QUÊ torrar milhões em Deodoro (Inclusive com remoção de bombas, já que aquela é uma área do EXÉRCITO) e fazer um circuito do zero quando se pode partir de um projeto já começado faz uma cacetada de anos e terminá-lo?
Adrianópolis agradece.





terça-feira, 15 de agosto de 2017

[POSSANTE VIRTUAL][RFactor] Mod "Divisão 3", sabe quando? NUNCA!!!

Geralmente não sou de me revoltar tão fácil com coisas do mundo virtual, como games, e tal.

Mas pra tudo tem um limite, especialmente quando se trata de História do Automobilismo Brasileiro.

Houve uns anos atrás um tal de "Projeto Pinico Atômico", cuja bola foi levantada por vários blogueiros que gostam de automobilismo. A ideia era juntar o máximo de informação possível a respeito dos Pinicos Atômicos, como eram conhecidos os Fuscas de Divisão 3 na época. Beleza, juntaram bastante informação, e o Tito Tilp, que mexe com RFactor, resolveu soltar uns "teasers" pra animar a galera que gosta de automobilismo histórico e automobilismo virtual.


E não eram só fuquetas, não, também tinha Fiats.

Mas OK, continuemos no cerne do tópico. Comecei a seguir o blog do Tito, esperando pela bendita hora em que o mod Divisão 3 fosse liberado.... Foi assim por meses. Por pouco mais de um ano. Na verdade, o mod estava prometido fazia bem mais tempo, e nada.

Até que no vídeo com uma demonstração dos Divisão 3 (Acima), alguém pergunta, e eis a resposta do youtuber streettracks, quem postou o vídeo:

... infelizmente, era um mod "privado", e foi completamente perdido.

Um. Mod. Privado. Completamente. Perdido.
Sabe qual é a sensação que me dá? De que o pessoal pensa assim:

"Cara, me enchi disso, eu vou apagar meus meses de trabalho e dedicação porque não quero que o pessoal fora da minha panelinha jogue com a minha obra-prima nos computadores deles" - ESSA é a impressão.

Fica aqui a minha revolta, indignação, tristeza, estupefacção, frustração e outros (maus) sentimentos indescritíveis. Faltam palavras, sério.

Primeiro, porque o mod fazia parte do projeto.
Segundo, porque o projeto visava PRESERVAR a memória dos lendários corredores da Divisão 3. Logo, torná-lo privado era ilógico, e perdê-lo, MAIS ILÓGICO AINDA!
É tipo, um arqueólogo que, ao ver um vaso de cerâmica da Grécia Antiga, fizesse uma réplica dele visando dar acesso àquela cultura a todos, e resolvesse manter a réplica para si e depois jogar o vaso num triturador.

Fica aqui, também, a minha recomendação para os modders de simuladores de corrida:

NÃO SEJAM MISERÁVEIS!
Compartilhem seus trabalhos, vocês também serão beneficiados com isso!
Egoísmo é ruim. "Panelismo" é egoísmo de uma rodinha de amigos, e também é ruim.
Publiquem seus mods privados. Não sejam mesquinhos, não sejam miseráveis.

Nem todo mundo que gosta de automobilismo gosta de slot car, fica a dica

quarta-feira, 9 de agosto de 2017

Boa Notícia: Curitiba não vai mais fechar!

Como sempre, mais uma notícia que estou dando atrasado. Acho que vou inaugurar uma nova seção no meu Blog, "Barrichello News"! xD

Depois de uma óbvia repercussão negativa por parte da opinião pública, o Autódromo Internacional de Curitiba (Localizado na cidade vizinha de São José dos Pinhais-PR) não vai mais ser fechado, para alívio do pessoal que sobrevive do esporte a motor naquela região.

Os defensores do condomínio até disseram que o traçado seria preservado, para fins históricos e corridas particulares, mas a história não colou.

Esporte a Motor 1, Especulação Imobiliária 0!

Abaixo, a notícia na íntegra (Fonte: Gazeta do Povo)

Direção muda de ideia e desiste de fechar Autódromo Internacional de Curitiba

 Após uma reviravolta, o Autódromo Internacional de Curitiba (AIC), em Pinhais, não será mais fechado no final de 2016. Pelo contrário, o local continuará recebendo corridas por tempo indeterminado. Para alívio dos fãs de automobilismo. 

O circuito inaugurado em 1967 estava com os dias contados: a direção do AIC havia confirmado oficialmente no início do ano que a área seria transformada em um empreendimento imobiliário misto, com condomínio residencial e escritórios. A pista, por sua vez, seria mantida apenas como ‘recordação histórica’, para utilização em eventos privados.
Para a felicidade dos amantes das corridas, este cenário mudou radicalmente. “Em função das boas perspectivas de futuro, vamos manter o autódromo por tempo indeterminado”, confirma Jauneval de Oms, o Peteco, presidente da AIC. Peteco revela apenas que a transformação do lugar em um empreendimento imobiliário se ‘tornou inviável’.
“É uma notícia importante para o estado do Paraná e para o automobilismo brasileiro. São poucos os autódromos que existem hoje no país e muitos estão prestes a fechar. Hoje já existem uma comunidade independente de equipes, pilotos e negócios satélites no Paraná”, prossegue.
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Ainda em novembro de 2015, surgiu a informação de que o AIC estava prestes a fechar. Em janeiro de 2016, a direção do autódromo oficializou o fechamento. Inicialmente, a data para o fim das atividades automobilísticas do local foi marcada para junho de 2016. Em seguida, a direção do autódromo confirmou o adiamento do prazo para dezembro.
Em março deste ano, o AIC recebeu uma das etapas da temporada 2016 de Stock Car, na que seria a corrida de despedida da categoria na tradicional pista.

Reações negativas

O possível fechamento do autódromo gerou reações negativas no mundo automobilístico. Frequentador assíduo do AIC desde a década de 1970, o jornalista Reginaldo Leme, da Rede Globo, revelou tristeza com o episódio. “É o lugar que me sinto mais em casa. Veja bem, mais até do que em Interlagos, onde vou há mais tempo”, lamentou, em fevereiro deste ano.
Já o piloto curitibano Raul Boesel, que dá nome ao circuito, disse estar chocado. “A gente não quer acreditar. É uma grande surpresa em ao mesmo tempo um grande desapontamento”, desabafou.
O até então iminente fechamento também havia sido criticado por pilotos paranaenses. “Para construir estádios para times medíocres, em lugares que não existe sequer público, gastam bilhões. Para conservar um autódromo em um local onde gera atenção e receita, aí não tem dinheiro”, disparou Gabriel Casagrande, que nasceu em Francisco Beltrão.
“É triste porque estão acabando os autódromos. Os governos não têm projetos para futuras pistas. Estamos perdendo uma por ano, o que não incentiva o esporte, não forma pilotos e vamos acabar ficando escassos de talentos”, reforçou o toledense Ricardo Sperafico.

 

terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

MADOM - Outro carro que seria, mas não foi.

O mercado de carros especiais no Brasil parece ter um certo repúdio a projetos esportivos. Por melhores que sejam as ideias, por mais promissores que sejam seus desempenhos, ou por maiores que sejam os aportes por trás do projeto, sempre acontece alguma coisa que joga o carro no limbo.


Vários esportivos brasileiros promissores tiveram pouco interesse e sumiram depois de algumas unidades vendidas, enquanto que outros sequer saíram do protótipo. O Madom RT foi mais um deles, infelizmente.

Desenhado em Barcelona, com a ajuda de designers da Seat (Montadora espanhola pertencente ao grupo Volkswagen), o Madom tinha um desenho único, e suas portas se abrem de um jeito parecido com as dos Koenigsegg suecos.

Desenvolvido no Rio Grande do Sul, com ajuda de alunos da UNISC (Universidade de Santa Cruz do Sul), o protótipo apresentado tinha um motor seis em linha 3.0, mas poderia receber o motor de acordo com o que o cliente pedisse, cabendo até mesmo um V10. Seria um rival e tanto para o Vorax - Se ele também tivesse entrado em produção.

No caso do Madom, não houveram interessados em investir no projeto - Talvez, devido ao mico do Rossin-Bertin Vorax - mas sempre resta aquele fiozinho de esperança de que um dia o carro entre em produção. Apesar de o site não estar mais online.

Se nada acontecer, contudo, o Madom entrará na mesma categoria na qual entraram o Vorax, o Lobini, o Aurora, o Miura M-1, o GT Mariella, o DoniRosset, o Edra GT (Apesar de a Edra ainda poder fabricá-lo caso tenha saída), e na qual perigam de entrar o San Vito, o Short e o Novo Puma.

Depois, dizem que brasileiro gosta de carros esportivos... ¬¬

sábado, 26 de abril de 2014

Sinais trevosos se manifestam...

Lembra de quando eu postei, em outubro de 2009, que a Copa e as Olimpíadas seriam anos negros para o esporte a motor no Brasil?
Os primeiros sinais trevosos já se manifestam: Não haverá campeonato de GT no Brasil este ano.
(Tá, a notícia é de Fevereiro, mas eu tava ocupado com outras coisas - Ei, também há vida fora da Net! xD)
A salvação seria a associação com a Fórmula Truck, mas devido a intrigas internas, e também à diferença cabal de público para cada uma das categorias, a parceria foi matada ainda no ovo. Afinal, os grã-finos que gostam de ver carros de centenas de milhares de dólares fritando pneu jamais dividiria arquibancada com os caipiras caminhoneiros, né verdade?

GT, agora, só em 2015, e olhe lá, lembre-se que temos as Olimpíadas em 2016, e que o brasileiro médio não considera o esporte a motor como um... Esporte.

Autódromos? Só o de Goiânia (Novidade) e o de Interlagos (Como sempre) estão sendo reformados. O resto, nenhuma obra nova, Canelinha miou, Curvelo também miou, Camboriú não passou de promessa do Cacá Bueno, Deodoro só vai sair depois das Olimpíadas e olhe lá se vai sair - Talvez saia, RJ não pode ficar sem autódromo - e nenhum outro projeto, de Maringá a Chapecó, de São Miguel do Taipu a Cuiabá, nenhum deles vingou. E, nesse meio-tempo entre antes da Copa e depois das Olimpíadas, nem vai vingar. Pelo contrário, querem transformar o Autódromo de Curitiba em condomínio chique.

Serão três anos de turbulência, então é melhor apertar os cintos, afivelar o capacete e segurar no "PQP".

sexta-feira, 12 de abril de 2013

Rachas, e a proposta do Autódromo

Hoje, ou melhor ontem, um rapaz de 19 anos, servente de pedreiro, foi pêgo pela polícia aqui de Penápolis, tirando racha com outros caras. Todos usando motos. A sorte dos policiais é que as motos eram todas de baixa cilindrada, mas mesmo assim, os outros escaparam. Se estivessem em motos esportivas de, no mínimo, 600 cilindradas, nenhum teria sido pêgo.

O cara não tinha habilitação, e negou até o fim que estivesse tirando racha ou fugindo da polícia.

Velocidade é um canto da sereia para muitos jovens. Adrenalina, máquinas velozes, garotas, o risco... Mas, rachas de rua são ilegais porque o espaço não é apropriado. Um carro que ande numa avenida no exato momento em que a moto esteja rasgando a rua é receita pronta para uma tragédia. Uma criança que chuta a bola pro meio da rua e vá atrás dela, também. Um cachorro ou gato atravessando a rua despreocupado, também.

Repressão não é eficiente. Se uma rua é vigiada fortemente, outras serão descobertas, outros palcos serão improvisados. Os pegas e os rachas continuarão, e as tragédias também. E as prisões e apreensões, também. A melhor solução é a obtenção de um espaço próprio e seguro para a prática dos "rachas" e "pegas", ou seja, de um Autódromo.

Anos atrás, eu sugeri, através de uma reportagem no Diário de Penápolis, a construção de um Autódromo. Hoje, o lugar proposto (Ao lado do Kartódromo) não seria mais possível, pois um condomínio fechado ocupou justamente o lugar que eu estava pensando. Mas, a proposta continua, e descobri através de pessoas persistentes que, a melhor forma de fazer surgir uma pista de corrida é construindo-a você mesmo.

Exemplos estão por toda parte: O falecido Geraldo Backer construiu um autódromo em sua propriedade, o único autódromo do estado do Espírito Santo. O primeiro autódromo do interior de São Paulo foi obra de Benedito Gianetti, em Piracicaba. Claro, houve o facilitante de ter um "Esporte Clube" de automobilismo que facilitou o empreendimento. Na maciota, também surgiram o Mega-Space (Santa Luzia - MG), que além de Autódromo é espaço pra shows e o que mais for preciso, e o Speed Park em Franca; circuitos curtos em quase sua totalidade, mas que não tiveram alardeamento da Imprensa e, quando se deram conta, já estavam recebendo suas últimas camadas de asfalto e demãos de tinta. Souza Ramos também ergueu seu Velo-Cittá em Mogi-Guaçu, mas esse não conta, pois contou com o aporte da Mitsubishi, tanto é que o circuito é grandinho e de nível internacional. Mas foi na maciota, também.

Por outro lado, alardeios de autódromos, à incrível exceção do Velopark, deram todos com os burros n'água: Taubaté, Cabreúva (SP Races), Lençóis Paulista (Velomax), Limeira (Fittipaldi), Belo Horizonte (Serra Verde), Betim (Fiat), Brusque, Penha (TVR), Chapecó (Asfaltamento da pista de terra), Canelinha, São Miguel do Taipu (PB), Deodoro (RJ - Ou alguém acredita que vai sair?), Maringá... A lista vai longe, e a bola da vez é o Autódromo Internacional de Curvelo (MG); qual é tua aposta?

Portanto, se quer um autódromo, é preciso pensar primeiro em onde vai ser esse autódromo. A logística deve ser fácil, e o terreno deve ser barato. Começar primeiro por um retão: O pessoal do racha agradece. Depois, montar um circuito em terra, ligado ao retão. Com certeza, haverá ajuda do pessoal do racha. E trará competições de velocidade em terra misturada com asfalto (Rallycross). Com o dinheiro que - Com certeza - se pode ganhar organizando rachas e disputas de terra, o passo final será asfaltar todo o circuito. O resto se consegue aos poucos e pode ser improvisado, como as torres de controle.

E principalmente, nada de alardear aos quatro ventos, para não gorarem o projeto.

No meu próximo post, verei se consigo apresentar o meu velho projeto do Autódromo que eu queria fazer em Penápolis.


domingo, 18 de outubro de 2009

Pistas que teríamos (2)

Hoje, dia de GP Brasil de Formula 1, chega a vocês mais uma pista que teríamos, não fossem certos entraves burocráticos.


SP Races - Cabreúva, SP
O projeto era simplesmente espetacular, digno de suceder Interlagos na recepção dos próximos GPs do Brasil de Formula 1. E, ainda por cima, era capitaneado por gente séria e importante (Antônio Ermírio de Moraes, o Mr. Votorantim). O projeto previa circuito misto, oval, pista de arrancada, pista de testes e kartódromo, tudo sendo bancado por iniciativa privada; o Governo de São paulo não tiraria um centavo do bolso. Tinha tudo pra dar certo. Mas...

Por que não deu certo?
Pois é, essa pergunta está na ponta da língua de todo cabreuvense, mas ninguém sabe responder. Tudo o que se sabe é que "O complexo Automotivo de Testes e Lazer SP RACES encontra-se em processo de licenciamento ambiental junto à Secretaria de estado do Meio Ambiente - São Paulo, objetivando a aprovação do EIA/RIMA pelo Conselho Estadual do Meio Ambiente (Processo SMA 13.694/2006)".

Já se passaram mais de três anos, é certo que o SP Races não vai sair mais. Uma pena, porque seria um complexo de primeiro mundo, comparável ao Velopark.

O engraçado é que as florestas na Amazônia continuam sendo derrubadas sem a menor vergonha na cara, pra fazer daquelas áreas fazendas de gado. Agora, pra construir um autódromo em uma área NÃO-FLORESTAL vem esses feladaputas da Secretaria de estado do Meio Ambiente emperrar o progresso e o surgimento de mais uma praça de esporte a motor, que seria totalmente bancada pela iniciativa privada.

Aposto que, se fosse para mais um estádio de futebol, não haveria problema...

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Pistas que teríamos

Se dependesse unicamente da boa-vontade de pessoas que querem ver o esporte a motor bem desenvolvido no Brasil, com certeza teríamos mais autódromos que a Argentina.

Infelizmente, obstáculos muito grandes, de ordens políticas, ambientais, ideológicas e, acima de tudo, financeiras, puseram muitos projetos a pique.

Vários projetos, desenhos, e até maquetes foram feitos, alguns projetos foram inclusive alardeados para depois serem ridicularizados pela crítica e pelos entusiastas que esperavam por mais uma praça de esporte a motor.

Hoje, vou começar uma série de autódromos que teríamos, e por que eles foram cancelados.


Autódromo Serra Verde - Belo Horizonte, MG
A incorporadora Falgo S/A comprou a área onde estava situado o antigo Hipódromo Serra Verde, que pertencia ao Jockey Clube local e tinha sido desativado por ter entrado em falência. E, pra delírio dos automobilistas mineiros, prometeu um autódromo de encher os olhos. O autódromo teria dois circuitos, um misto e um oval. A Falgo S/A se comprometeu em assumir as dívidas do antigo hipódromo.

Por que não deu certo: Devido a uma falha de comunicação (E também, falta do que fazer), o governo de Minas gerais resolveu, sem consultar a incorporadora, desapropriar a área do hipódromo e lá construir o novo Centro Administrativo de Minas Gerais. Nesse ínterim, dançaram também o kartódromo Serra Verde, que já estava lá faz tempo, e uma pista de terra. Isso foi em 2006. Na verdade, a Falgo assumiu, mas não assinou nada. E, aí, o governo aproveitou

Quer ver como estão as obras do novo Centro Administrativo?


É a velha fábula do Bem-te-vi: "Nem pra mim, nem pra ti".

E, com isso, o único autódromo em Minas Gerais continua sendo o Mega Space, em Santa Luzia. A Falgo? Ficou com as dívidas, e não sabe o que fazer com elas.