sexta-feira, 8 de junho de 2018

A "Escola Brasileira" dos esportivos

Todo país que se preze no mundo automotivo tem sua receita para um carro de desempenho considerável, e se uma receita dá certo, ela acaba sendo, conscientemente ou não, copiada, o que acaba gerando uma "escola" nacional, ou seja, uma receita que caracteriza não só o esportivo, mas também seu país.

A escola Americana é a dos carros grandes, com motor grande, torcudos e que bebem pra caramba. A característica fundamental para um carro da escola americana é um V-oitão bem grande, e um chassis bem grande pra aguentar esse torque todo.

A escola Europeia é a dos carros pequenos, mas com quilos de turbo em seus motorzinhos, e se tiver tração integral, melhor ainda. Dentro da Europa, há a escola Italiana, que é motor central, carro socado no chão (Nas ruas da Europa não chega a ser um problema) e motor em V não muito grande, mas muito girador. Há também a escola Inglesa, que é o carro ser o mais leve possível, para um motor mediano puxar menos quilos de carro e render mais. A escola Alemã é parecida com a escola Americana, mas com um pouco de cilindrada a menos, e um tanto de tecnologia a mais, e um design bem sóbrio.

A escola Japonesa é a escola do JDM: Motor com quilos de turbo, como na escola europeia, mas com apêndices aerodinâmicos que deixam o carro grudado no chão, como na escola Italiana. E, lógico, muito drift.

Qual seria então, a escola Brasileira? Tendo muita influência europeia, o conceito de esportivo no Brasil é carro com motor central. Mas, ao contrário da escola Italiana, o carro é pequeno, como nas escolas Europeia e Japonesa, e confia em motor pequeno, que é mais barato e fácil de adquirir (Não se produzem mais V8's no Brasil...), mas preparado até o talo, de preferência com turbo.

Um carro esportivo, você já sabe que é americano, italiano, japonês, só de olhar. Como se identifica um carro esportivo tipicamente brasileiro?
-Ele tem motor central e dois lugares
-O motor é quase sempre um 4 cilindros em linha turbo, com cilindrada aumentada.
-Ao contrário da escola Italiana, o motor fica apartado da cabine, e fica sob uma tampa reta, mascarada por colunas falsas que seguem até a parte traseira. Sem essas colunas falsas, o carro fica parecendo uma picape pequena.

Seguem fotos do que seriam exemplos de uma "escola Brasileira" de carros esportivos.


 Bianco Tarpan, motor do Passat TS. Semelhança com o Bianco S, que era feito sobre o chassi do Fusca. Década de 80
 Dankar Squalo, também com motor Passat TS. Também década de 80
Corona Dardo, fins da década de 70. Motor Fiat 147 1.3, réplica do Fiat X1/9, era vendido nas concessionárias Fiat.

O Dardo todo aberto.

Farus Beta, década de 80, motor Chevrolet do Monza.
A versão conversível do Farus Beta.

Farus ML 929, primeiro modelo da marca, motor Fiat 147. Também, década de 80.
Short SRT, versão de corrida do Short GT, década de 2000.
 
Short GT. Motor Volkswagen AP, turbo
 
As linhas retas lembram um "mini-Lamborghini"

Edra GT, década de 2000 (Ainda pode-se pedir encomenda)

Motor VW AP 2.0, mas aceita outras motorizações.

Um exemplar em restauração vai receber motor V6 da Ford.

A Edra também fabrica outros produtos, como um utilitário elétrico.

Lobini H1, década de 2000/2010. Motor Audi 1.8 turbo.

Muito sofisticado e muito caro. Merecia um motor mais fotrtinho...
A capota é removível e pode ser presa na tampa do motor.

San Vito S1, década de 2000/2010  

Não é tão sofisticado quanto o Lobini, mas ainda está em fase de protótipo.
O motor é o Volkswagen 1.8.


Uma pena que estes carros não receberam a devida atenção dos entusiastas de carros. Quem sabe, o novo Puma, que está sendo desenvolvido, não mude esse paradigma?...

Fiel à escola Brasileira de design esportivo, lógico!

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