terça-feira, 1 de outubro de 2019

Autódromos Cancelados: Rondonópolis-MT

Uma nova série será feita aqui, dos autódromos que oderiam ter sido, mas não foram. Já citei o caso de Adrianópolis, em Nova Iguaçu-RJ, e o que não falta no Brasil é gente querendo construir autódromo, mas obstáculos diversos (O mais frequente deles sendo a falta de grana) impedindo o projeto de acontecer.

Hoje, vou trazer uma matéria sobre o Autódromo que seria construído na cidade de Rondonópolis, no estado de Mato Grosso. Matéria esta, copiada do site A Tribuna, de 20 de maio de 2018.

Um exemplo da descontinuidade de projetos entre diferentes gestões públicas é o Autódromo de Rondonópolis, que começou a ser construído na administração do ex-prefeito Adilton Sachetti e foi abandonado na primeira administração do prefeito Zé Carlos do Pátio (2009/2012). O dinheiro investido no projeto não resultou em nada e tudo hoje caiu no esquecimento. A série de reportagens do Jornal A TRIBUNA sobre obras públicas paradas destaca hoje essa construção que gerou muita polêmica na cidade.

A ideia era proporcionar a Rondonópolis, conhecida como Capital do Bitrem, um grande espaço para realização de eventos como Fórmula Truck, campeonatos de arrancadas, de som automotivo, até da Stock Car, entre outros, o que também ajudaria a fomentar a economia local. Assim, o ex-governador Blairo Maggi, atual ministro da Agricultura, encomendou com um arquiteto em Curitiba-PR o projeto completo e uma maquete de um autódromo que seria construído na cidade.

O projeto previa um custo total de R$ 15 milhões, contemplando capacidade para 21 mil pessoas em arquibancadas cobertas, pista principal de 3.513 metros de comprimento, 40 boxes principais e mais 30 boxes secundários, e estrutura de apoio, capaz de sediar provas internacionais no asfalto.

A maquete do Autódromo, que chegou a ser exposta em locais públicos da cidade – Foto: Arquivo
A iniciativa seria efetivada em parceria com a Prefeitura de Rondonópolis, com articulações iniciadas ainda em 2007. O local escolhido foi uma área junto ao Aeroporto Municipal e à BR-163, na saída para Campo Grande (MS), em uma área de 80 hectares. Em 2008, o Município anunciou que conseguiu parte dos recursos e iniciou a licitação da 1ª fase do Autódromo de Rondonópolis.

Foi informado, na época, que o Autódromo de Rondonópolis tinha conseguido R$ 757 mil junto ao Ministério do Turismo para os trabalhos iniciais. Além disso, o Município tinha iniciado também a construção de dois portais de saudação aos visitantes da cidade, sendo um no acesso ao Aeroporto Marinho Franco e outro no acesso ao Autódromo. Cada portal custaria R$ 75 mil, mas apenas um deles foi instalado, mas não trazendo nenhum diferencial para a cidade.

As obras da 1ª fase do Autódromo compreenderiam apenas serviços de delimitação da área por meio do seu fechamento, definição da pista em caráter primário, sem asfaltamento, entre outros serviços de infraestrutura. Grande parte desses serviços chegou a ser feito. A justificativa era que seria necessário, portanto, a alocação de mais recursos para o término do projeto.

Contudo, com a entrada do prefeito Zé Carlos do Pátio, na gestão 2009/2012, o projeto de construção do Autódromo foi deixado pela metade. Nessa gestão, foi anunciado apenas a conclusão dos serviços finais da 1ª etapa do recinto. A alegação foi que o Município não conseguiu viabilizar os recursos para a concretização das etapas seguintes do autódromo de Rondonópolis, fazendo com que o projeto ficasse esquecido.

Agora, dez anos depois, o projeto segue deixado de lado e, no local que seria construído o complexo esportivo, resta somente vegetação, sem nenhum vestígio de que o local recebeu obras. Dessa forma, todo o investimento inicial para realização da 1ª etapa do projeto, na época orçada em cerca de R$ 757 mil, ficou totalmente desperdiçado. Atualmente, não resta nenhum sinal de benfeitoria no local.

Evidenciando a descontinuidade de projetos, a gestão do prefeito Percival Muniz tinha anunciado o projeto de um outro autódromo para Rondonópolis, dentro do projeto do futuro Parque da Seriema, junto ao Rio Vermelho, na região da Vila Goulart. No entanto, com a entrada novamente do prefeito Zé Carlos do Pátio, em 2016, o projeto inicial para o Parque da Seriema, deixado por Muniz, também foi deixado de lado.

Hoje, a construção do Autódromo de Rondonópolis virou frustração para a classe esportiva e exemplo de descaso com o dinheiro público. Os recursos foram usados em serviços que se perderam em meio à ação do tempo e descontinuidade da iniciativa. Contudo, acabou evidenciando o perigo que representa a execução de projetos grandiosos em Rondonópolis, que dependem de liberação de recursos em novas etapas e, principalmente, do interesse de outras gestões políticas.

POSIÇÃO DO MUNICÍPIO

O Jornal A TRIBUNA entrou em contato com a Prefeitura de Rondonópolis para saber a posição da gestão municipal a respeito dessa inciativa, mas não teve resposta nenhuma até o fechamento desta edição.
[FIM DA MATÉRIA]
O Autódromo sendo construído ainda em 2009 - As obras do Autódromo abandonadas em 2019

A maquete do projeto pronto.

É uma pena que o revanchismo político esteja acima do bem comum, atrapalhando a prática do esporte a motor.

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